quarta-feira, 25 de agosto de 2010

HISTÓRIA DAS RELIGIÕES Povos e Comunidades da Antiga Palestina



Povos e Comunidades da Antiga Palestina


- Cananeus

Há mais de 5000 anos, depois de um período de seca assolou a Península Arábica, os cananeus, tribos dos árabes semitas, vieram se estabelecer nos territórios a leste do Mar Mediterrâneo que formam, hoje, a Síria, o Líbano, a Jordânia e a Palestina. Os Jebusitas, um subgrupo cananeu, fundaram Jebus - Jerusalém- no lugar onde ele está localizada hoje e edificaram o primeiro muro ao seu redor, dotado de 30 torres e sete portões. Aproximadamente 2000 anos mais tarde, os filisteus, vindos de Creta, chegaram na terra de Canaã. Misturaram-se com as tribos cananéias e viveram na área sudoeste da moderna Palestina, sobre a costa do Mar Mediterrâneo na área que agora se estende na Faixa de Gaza até Ashdod e Ashkelon. Os cananeus deram aos territórios que eles habitaram o nome bíblico de "A Terra de Canaã", enquanto os filisteus deram-lhe o nome de Filistina ou 'Palestina'.
Os cananeus descobriram que estavam numa localização estratégica e cercada por poderosos impérios originários do Egito a sudoeste, através do Mar Mediterrâneo a oeste, e Mesapotâmia e Ásia a nordeste. Mais de um milênio antes do nascimento de Cristo, egípcios, assírios, babilônicos, persas, mongóis, gregos e romanos cresceram ao redor da terra dos cananeus e filisteus e a governaram por variados períodos de tempo. A posição geográfica da área significava que ela servia tanto como uma ponte entre os vários impérios regionais, como uma arena para lutas e conflitos entre eles. Em conseqüência, os cananeus nunca puderam estabelecer um estado forte e unificado, e suas organizações políticas tomaram a forma de cidades independentes dotadas de governos ligados por relações federativas. Entre as cidades costeiras mais proeminentes dos filisteus, cananeus e fenícios que habitaram a área da atual Palestina estavam Beirute (Bairtuyus), Sidon, Tiro, Acre, Ashkelon e Gaza. As cidades cananéias do interior incluíam Jericó, Nablus (Shikim) e Jerusalém (Jebus). A religião dessas primeiras civilizações da Palestina era centrada na natureza: o céu era o Deus Pai e a terra era a Mãe Terra. Esses povos semitas de Canaã formaram a base do tronco do qual descendem os palestinos de hoje.
Em termos de geografia, demografia, sociedade, economia e vida cultural, Jerusalém tem sido o centro da Palestina e o grande ponto de encontro de importantes corredores leste-oeste, norte-sul. De fato, desde os tempos das civilizações mais primitivas da Palestina, Jerusalém tem sido a parte mais importante e inseparável da Palestina. Assim, quem quer que controle Jerusalém fica numa posição de dominação sobre a Palestina. Nela localiza-se a raiz da turbulenta e conflituosa história da cidade de Jerusalém.
Por volta do século XVIII a.C., Abraão veio de Ur, no sul da Mesopotâmia, para a terra de Canaã. Ele se estabeleceu nas cercanias do Vale do Jordão. Visto que nem o velho e nem o Novo Testamento não haviam sido revelados durante sua vida, Abraão não era nem judeu nem cristão, mas um crente na unicidade de Deus. Ele é descrito no Gênese como tendo adorado "o mais alto Deus". O Corão menciona que ele era um 'muçulmano', não na acepção moderna de alguém que segue as leis reveladas no Corão, mas sim no sentido de Ter entregue "sua submissão à vontade de Deus". Assim, cristãos, muçulmanos e judeus ainda rogam por ele em todas as suas preces, como acreditam que Deus lhes exortou a fazerem. Agar, a concubina de Abraão, lhe gerou seu filho Ismael, de quem os atuais muçulmanos traçam sua descendência; entrementes, sua mulher Sara gerou-lhe o filho Isaac, do qual os atuais judeus traçam sua linhagem. Abraão se mudou para um lugar perto de Hebron (al-Khalil), onde viveu pregando o monoteísmo. Quando morreu, Ismael e Isaac sepultaram-no na mesma cova onde sua mulher Sara foi sepultada. Seu filho Isaac gerou Jacó (Israel), que viveu na região de Harran (Aram).
Por volta de 1300 a.C., os doze filhos de Jacó (Israel) partiram para o Egito. Eles se integraram aos egípcios e José, o mais jovem dos filhos de Jacó, casou com a filha do sumo sacerdote. Originalmente um pequeno grupo de pessoas, eles se multiplicara, e ganharam força durante várias centenas de anos no Egito, tornando-se os israelitas. Foi no Egito que Moisés, 'o fundador do judaísmo e o mais eminente legislador e também profeta para as três religiões reveladas, nasceu e estudou filosofia egípcia, tornando-se letrado em todas as ciências dos egípcios. Moisés, juntamente com seu povo (B'nei Israel) deixaram o Egito por volta do século XIII a.C.. vagaram durante 40 anos no Sinai, e durante esse tempo ele recebeu a lei divina judaica no monte Sinai (Tur).
Após a morte de Moisés, Josué assumiu a liderança dos israelitas e os conduziu para o oeste pelo rio Jordão até Canaã. A primeira cidade cananéia que Josué conquistou foi Jericó, destruindo-a juntamente com seus habitantes. Depois, ele assumiu o controle de Yashuu'(Bayt Ele), Likhish, e Hebron, embora os filisteus tenham bloqueado o avanço do povo de Moisés rumo à costa, na área entre Gaza e Jafa, enquanto os cananeus impediram-nos de conquistar Jerusalém. Quando chegaram a Canaã, foram influenciados pelos cananeus e imitaram seus ritos religiosos, especialmente na apresentação de ofertas sacrificiais ao Deus Baal.
Nos 150 anos seguintes, os israelitas, filisteus e cananeus controlaram, alternadamente, porções da área da moderna Palestina, com os cananeus (jabusitas) controlando Jerusalém. Ma nenhum grupo foi capaz de consolidar o controle sobre toda a área. Houve numerosas lutas entre grupos, sendo que cada um mantinha sua própria cultura e sua própria independência.
Por volta de 1000 a.C., o rei dos israelitas, Davi, pôde subjugar os pequenos estados de Edom, Moab e Amon. Durante sete anos ele fez de Hebron sua capital, mas, depois transferiu o centro do poder para Jerusalém pelos últimos 35 anos de seu reinado. Depois dele, poder passou para o seu filho Salomão, que é famosos por ter erguido o lugar de adoração conhecido como o Templo de Salomão. Para os judeus, esse templo tornou-se o centro da vida religiosa e o símbolo básico de sua unidade. Tornou-se ainda um ponto de peregrinação emocional para o povo judeu.
Com a morte de Salomão, seu reino foi dividido em dois: o Reino de Israel, ao norte, composto por dez tribos, com Samaria (Sabastia) como sua capital, e o Reino da Judéia, ao sul, composto por duas tribos, com Jerusalém como sua capital. Lutas crônicas entre os dois estados e batalhas colocando-os contra os cananeus e os filisteus, caracterizaram esse período da história do Oriente Próximo.
Fonte: http://www.libanoshow.com

- Filisteus

Para o senso comum, a palavra “filisteu” designa um indivíduo inculto e carente de inteligência, com interesses vulgares e puramente materiais. Um sujeito convencional, desprovido de toda e qualquer capacidade intelectual. Porém, para os arqueólogos, o termo evoca algo muito diferente.
Ecron, Gath, Gaza, Ashcalon e Ashdod são nomes que os estudiosos da Bíblia e da história de Israel sabem de cor. Representam as localidades que constituíram, a certa época, a aliança política e econômica entre cinco cidades-estado autônomas na costa sul do Levante, conhecida como a pentápole filistina. A região era habitada por povos oriundos do Egeu, os filisteus, que se estabeleceram definitivamente no local durante a Idade do Bronze tardia.
De Josué a Jeremias, o Antigo Testamento sistematicamente os descreve como inimigos mortais dos hebreus. São apresentados como guerreiros incansáveis, que combatem e humilham cruelmente os israelitas, oferecendo ao deus Dagan todos os bens alheios saqueados. Em uma das inúmeras guerras travadas entre os dois povos, os cadáveres degolados do rei Saul e de seus filhos ficaram friamente expostos diante das muralhas da cidade de Beth Shean. Porém, a vingança dos israelitas, ou melhor, de seu deus Jeová, não foi menos atroz: segundo a narrativa bíblica, o povo inimigo sofreu moléstias, ulcerações e chagas. Davi, por ocasião de seu casamento com Michal, filha de Saul, presenteou sua noiva com o prepúcio de 200 filisteus mortos. Nos tempos em que ainda pastoreava as ovelhas de seu pai, Jessé, ele já havia sido protagonista de um célebre embate, em que demonstrou ao amedrontado exército israelita que bastava uma funda para dobrar a força filistina, encarnada no gigante Golias. Outro personagem conhecido da querela, Sansão, escolhido de Deus, viveu a amarga experiência de que nem sempre é vantajoso desposar uma mulher da tribo inimiga.
Não fossem os autores do Livro Sagrado judaico, os filisteus permaneceriam tão desconhecidos como inúmeros outros povos da época. Mas os escribas bíblicos consideraram-nos dignos de nota e desde então, graças ao caráter das descrições a eles dedicadas, os povos do mar gozam da inglória fama de incultos e bárbaros. No entanto, os achados arqueológicos trazem à luz a avançada cultura filistina e comprovam que a tribo sabia perfeitamente se portar como povo civilizado.
Fonte: Revista História Viva

- Midianitas

Segundo o Antigo Testamento, midianitas (ou madianitas) são descendentes de Abraão e sua esposa Quetura, que este desposou após a morte de Sara. Os filhos deste segundo casamento, entre eles Midiã, foram enviados para uma terra distante, longe de Isaque, o assim chamado filho da promessa.
Tais descendentes de Abraão, então, deram origem à tribo dos midianitas, que mais tarde são mencionados em conjunto com os ismaelitas (também descendentes de Abraão, porém através de sua escrava egípcia - Hagar - que lhe deu um filho a quem deu o nome de Ismael, e que foi enviado ao deserto com uma promessa de Deus de que também seria uma grande nação).

- Ismaelitas

O povo ismaelita é descendente de Ismael. Ismael foi um dos filhos de Abraão...
Era assim, Abraão e Sara eram muito velhos e de acordo com uma promessa de Deus eles teriam um filho. O tempo foi passando e filho não vinha, dai Sara resolveu q Abraão deveria ter seu filho com outra mulher: Hagar, uma serva.
O filho de Abraão e Hagar se chamou Ismael.
Como Ismael era um filho "bastardo", ele foi rejeitado.
Dele descendem os arabes mulçumanos.

- Amalequitas

Tribo árabe, descendente de Isaac, Esaú, Elifaz e Amalec, que vivia no deserto de Parã, entre Arabá e o Mediterrâneo. Viveram constantemente em guerra com os hebreus, desde o tempo de Moisés (Êx. 17:8) até os tempos de Saul e Davi (I Sam. 15; 27:8; 30; II Sam. 8:11–12).

- Edonitas

Esaú, personagem do Antigo Testamento, era filho de Isaac e Rebeca e irmão gémeo de Jacó, com quem se zangou por este lhe ter usurpado a primogenitura. Esaú em hebraico,?????? (peludo), foi também chamado de Edom em hebraico ?????? (vermelho), o pai dos Edomitas que habitaram um região que hoje é conhecida por Aqaba.
Os Edomitas fundiram-se mais tarde como os Nabateus porque Esaú casou com uma das irmãs de Nebaiote. A sua descendência espalhou-se pelas terras adjacentes ao Mar vermelho subindo para norte onde também entraram em confrontos territoriais com os Filisteus, acabando por se estabelecer mais tarde no vale de Aqaba onde fundaram duas cidades muito importantes na rota do incenso, Bozra e Petra.
Outra figura importante ligado a Esaú foi o seu filho Elifaz que era conhecido como o Temanita, por habitar na região mais a sul da península arábica (Teman), hoje conhecida como Iémen. Este, considerado um sábio, é personagem importante no livro de Job.

- Moabitas

Na Pedra Moabita surge como M’b e em inscrições cuneiformes como Ma’aba, Ma’ab e Mu’aba. Em textos hieroglíficos egípcios surge como Mib. O nome parece ser uma combinação entre Mô (= min), “do” e ’ab, “pai”, sendo uma referência ao facto de o antepassado da tribo ter nascido de um incesto. A nação dos moabitas. Os descendentes de Moabe. Os moabitas eram uma nação irmã dos amonitas (Gn 19:37, 38) e ambas tinham um parentesco distante com os Israelitas, uma vez que Ló, o pai de Moabe, era sobrinho de Abraão.
A tribo desenvolveu-se no sudeste da Transjordânia, onde Ló poderá ter vivido depois da destruição de Sodoma. Depois que se tornaram fortes, expulsaram os emeus e ocuparam-lhes o país (Dt 2:9-11), desde o ribeiro de Zerede (Wâdi el-Hesa), que desagua no Mar Morto, na sua extremidade mais a sul, até “às planícies de Moabe” (Nm 22:1), que se situavam a nordeste do Mar Morto. Contudo, pouco depois da chegada dos israelitas, Seom, um rei amorreu, tomou de Moabe o território a norte do Arnom (Wâdi el-Môjib) e estabeleceu a sua capital em Hesbom (cap. Nm 21:13, 26-30). Moabe estendeu-se, depois, desde o Zerede até ao Arnom.
Quando os israelitas chegaram à fronteira sul de Moabe, pediram permissão para atravessarem o país mas o pedido foi recusado (Jz 11:17). Uma vez que os edomitas, os moabitas e os amonitas eram aparentados com os israelitas, não foi permitido a Moisés atacar ou tomar qualquer parte do país destes povos (Dt 2:4, 5, 9, 19). Contudo, Balaque, o rei de Moabe, ficou alarmado quando os israelitas conquistaram o território do rei Seom, tornando-se, deste modo, vizinhos de Moabe, a norte. Temendo não conseguir vencê-los pela força das armas, contratou Balaão, esperando enfraquecer os hebreus através de maldições. Por intervenção divina, as maldições transformaram-se em bênçãos. Seguindo a sugestão de Balaão, as moabitas seduziram os israelitas para a idolatria e licenciosidade (Nm 22-25). Por causa disso, os moabitas foram excluídos da congregação de Israel até à 10ª geração e foi dito a Israel que se mantivesse longe deles (Dt 23:3-6; Nm 13:1, 2).
Durante o início do período dos juizes, os moabitas, no reinado do rei Eglom, invadiram o oeste de Canaã, tomaram Jericó, a “cidade das palmeiras” e oprimiram o povo de Israel durante dezoito anos. No fim deste período, Eúde, um benjamita, assassinou Eglom no seu palácio, expulsou os moabitas novamente para este e livrou o seu povo da opressão (Jz 3:12-30). Mais tarde, no período dos juizes, durante uma época de fome que assolou o oeste da Palestina, Elimeleque, um cidadão de Belém, mudou-se para Moabe, onde os seus dois filhos casaram com duas mulheres moabitas - Orfa e Ruth. Depois que os três homens morreram, Noemi (a mulher de Elimeleque) e Ruth voltaram para Belém, onde Ruth se tornou na mulher de Boaz e, por consequência, numa antepassada de David (Rt 1-4). Saúl teve problemas com os moabitas, sendo bem sucedido nas batalhas em que os enfrentou (1Sm 14:47). Quando David foi perseguido por Saúl, ele conseguiu que o rei de Moabe protegesse os seus pais (cap. 1Sm 22:3, 4), tratando-se possivelmente de um parente distante de Ruth. Contudo, David lutou contra os moabitas quando se tornou rei (2Sm 8:2, 11, 12; 1Cr 18:2, 11) e terá feito de Moabe um dos seu tributário. Após a ruptura do reino, Moabe parece ter-se aproveitado da fraqueza de Israel para conseguir a sua independência. Contudo, Onri, um rei forte, subjugou Moabe mais uma vez, forçando os moabitas a pagarem um pesado tributo anual a Israel (Pedra Moabita, linhas 4-8; 2Rs 3:4). Após a morte de Acabe, Messa, o rei de Moabe, rebelou-se contra Israel (2Rs 1:1; 2Rs 3:4, de Israel, tentou recuperar o seu domínio sobre Moabe. Induziu Josafat e o rei de Edom a juntarem-se-lhe na sua campanha. Embora os exércitos tivessem derrotado os moabitas, invadindo o seu país, destruindo muitas cidades e cercando a fortaleza de Quir-Haresete (Kerak), voltaram para as suas terras sem uma vitória determinada (cap. 2Rs 3:6-27). O rei Messa, de Moabe, aparentemente nessa altura, estendeu os seus domínios para norte e ocupou grande parte do território de Israel, tal como declara a Pedra Moabita. Mais para o fim do reinado de Josafat, os moabitas, juntamente com os amonitas e os edomitas, invadiram Judá. Contudo, Deus fez com que eles se destruíssem uns aos outros e Josafat, rei de Judá, só teve que recolher os despojos (2Cr 20:1-30). Os exércitos moabitas atacaram Israel por altura das colheitas que se seguiram e possivelmente antes da morte de Eliseu (2Rs 13:20). Estes ataques ilustram bem a hostilidade que os moabitas sentiram contra os seus vizinhos hebreus. Registou-se uma outra invasão no reinado de Joaquim (cap. 2Rs 24:2). Os profetas denunciaram amargamente esta nação hostil (Is 15; Is 16; Is 25:10; Jr 9:25, 26; Jr 25:17, 21; Jr 48:1-46; Ez 25:8-11; Am 2:1, 2; Sf 2:8-11). Contudo, alguns judeus encontraram refúgio em Moabe quando o seu país foi devastado por Nabucodonozor, voltando quando Gedalias foi nomeado governador (Jr 40:11, 12). Os moabitas são mencionados de um modo tão convencional e ambíguo nos livros pós-exílicos do VT, que se torna difícil dizer se eles ainda existiam como nação.
No período imperial assírio, quando praticamente toda a Síria e Palestina se encontravam subjugadas pela Assíria, Moabe também se tornou num vassalo assírio, sendo frequentemente mencionada nos registos assírios como tendo pago tributo. Os reis moabitas que se seguem são mencionados pelo nome em registos assírios: durante o reinado de Tiglath-Pileser III (745-727 AC) - Rei Salamanu de Moabe; no reinado de Senaqueribe (705-681 AC) - Rei Kammusunadbi; sob Esaradom (681-669 AC) e Asurbanipal (669-627? AC) - Musuri e Kamashaltu. Quando Babilónia conquistou o Império Assírio, incorporou Moabe também no seu território. Durante o tempo de domínio persa, deu-se um influxo de árabes para o território de Moabe e os moabitas terão eventualmente perdido a sua identidade ao se unirem aos árabes nabateus, passando a fazer parte do reino nabateu no tempo de Cristo. Depois de 105 DC, o antigo reino moabita tornou-se parte da província romana da Arábia.
A religião moabita era politeísta. O deus principal era Camós (Jr 48:13), cujo nome surge na Pedra Moabita (linhas 3, 5, 9, etc.) e em nomes próprios tais como Kammusunadbi e Kamashaltu, já anteriormente mencionados. Em Nm 25:3 e noutras passagens, Baal de Peor é mencionado provavelmente como uma deidade moabita local. O nome da deusa Ashtar também é mencionado na Pedra Moabita e na coluna de Balu‘a, encontrada em Balu‘a e apresentando um deus semelhante a uma deidade egípcia. 2Rs 3:27 confirma que os moabitas ofereciam, ocasionalmente, aos seus deuses alguns sacrifícios humanos.
A língua moabita era parecida com o hebraico, contendo algumas variantes dialécticas em relação ao hebraico bíblico, tal como se pode ver nas inscrições da Pedra Moabita.

- Amonitas

Os amonitas foram um povo que habitava a região da Palestina. A origem deles vem do incesto da filha mais nova de Ló com o seu pai, conforme Gênesis capítulo dezenove e versículos trinta e um a trinta e oito. Os amonitas, cujo poderio fora rompido por Eúde, um dos juízes anteriores, tinham se fortalecido novamente e estavam saqueando Israel. Deus concedeu a Jefté uma grande vitória sobre os amonitas e libertou Israel. O aspecto lastimável da história de Jefté foi o sacrifício de sua filha como resultado de um voto feito precipitadamente.

- Fariseus

Fariseu (do hebraico ??????) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.A palavra Fariseu têm o significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos".
Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.
A origem mais próxima do nome fariseu está no latim pharisaeus, que por sua vez deriva do grego antigo ?a??sa???, assentado no hebraico ?????? prushim . Esta palavra vem da raiz parash que basicamente quer dizer "separar", "afastar". Assim, o nome prushim ou perushim é normalmente interpretado como "aqueles que se separaram" do resto da população comum para se consagrar o estudo da Torá e das suas tradições. Todavia, sua separação não envolvia um ascetismo, já que julgavam ser importante o ensino à população das escrituras e das tradições dos pais.
A origem mais provável dos perushim é que tenham surgido do grupo religioso judaico chamado hassidim (os piedosos), que apoiaram a revolta dos macabeus (168-142 a.C.) contra Antíoco IV Epifânio, rei do Império Selêucida, que incentivou a eliminação de toda cultura não-grega através da assimilação forçada e da proibição de qualquer fé particular. Uma parte da aristocracia da época e dos círculos dos sacerdotes apoiaram as intenções de Antíoco, mas o povo em geral, sob a liderança de Yehudah Makkabi (Judas Macabeu) e sua família revoltou-se.
Os judeus conseguiram vencer os exércitos helênicos e estabelecer um reino judaico independente na região entre 142 a.C.- 63 a.C., quando então foram dominados pelos romanos. Durante este período de 142-63 a.C., a família dos macabeus estabeleceu-se no poder e iniciou uma nova dinastia real e sacerdotal, dominando tanto o poder secular como o religioso. Isto provocou uma série de crises e divisões dentro da sociedade israelita da época, visto que pela suas origens os Macabeus (também conhecidos pelo nome de família como Asmoneus) não eram da linhagem de Davi, não podendo assim ocupar o trono de Israel, e também não eram da linhagem sacerdotal araônica.
Grupos reacionários apareceram dentro da sociedade judaica, tentando restabelecer o seu prestígio e poder, ou pelo menos o que eles consideravam como certo segundo a Lei e tradições judaicas. Assim, foi nesta época que provavelmente apareceram: 1) Os tzadokim (saduceus), clamando ser os legítimos descendentes de Tzadok e portanto os legítimos detentores do sumo-sacerdócio e da liderança religiosa em Israel; 2) os perushim (fariseus), oriundos dos hassidim que, geralmente, desiludidos com a política, voltaram-se para a vida religiosa e estudo da Torá, esperando pela vinda do Messias e do reino de Deus; 3) e os Essênios, oriundos provavelmente também dos "Hassidim" e de um grupo de sacerdotes descontentes com a situação que se afastaram da sociedade judaica em geral e foram viver uma vida de total consagração ao Criador na região do deserto a fim de preparar o caminho para a vinda do Rei Messias .
Os perushim agrupavam-se em "havurot", associações religiosas que tinham os seus líderes e suas assembléias, e que tomavam juntos as suas refeições. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu do 1º século d.C., o número de perushim na época era de pouco mais de seis mil pessoas (Antigüidades Judaicas 17, 2, 4; § 42). Eles estavam intimamente ligados à liderança das sinagogas, ao seu culto e escolas. Eles também participavam como um grupo importante, ainda que minoritário, do Sinédrio, a suprema corte religiosa e política do Judaísmo da época. Muitos dentre os "perushim" tinham a profissão de sofer (escriba), ou seja, a pessoa responsável pela transmissão escrita dos manuscritos e da interpretação dos mesmos. Duas escolas de interpretação religiosa se desenvolveram no seio dos perushim e se tornaram famosas: a escola de Hillel e a escola de Shammai. A escola de Hillel era considerada mais "liberal" na sua interpretação da Lei, enquanto a de Shamai era mais "estrita".
O cristianismo perpretou através da história uma visão estereotipada dos "perushim" junto aos escribas e saduceus, como os adversários de Jesus, que ataca duramento seu orgulho, sua avareza, sua hipocrisia e, sobretudo, o perigo de crer que a salvação vem da lei.
No entanto os "perushim" eram uma seita de grande influência em Israel devido ao ensino religioso e político. Aceitavam a Torá escrita e as tradições da Torá oral, na unicidade do Criador, na ressurreição dos mortos, em anjos e demônios, no julgamento futuro e na vinda do rei Messias. Eram os principais mestres nas sinagogas, o que os favoreceu como elemento de influência dentro do judaísmo após a destruição do Templo. São precursores por suas filosofias e idéias do judaísmo rabínico. polis

- Saduceus

É a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus.
Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. O nome parece proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miudo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.
Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuiram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica. O único que nos oferece alguns dados sobre suas doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, não é digno de muita confiança.
Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (D.C.) e da época medieval.

- Essenios

Constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve existência desde mais ou menos o ano 150 a.C. até o ano 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus.
O nome essênio provém do termo sírio asaya, e do aramaico essaya ou essenoí, todos com o significado de médico, passa por orum do grego (grego therapeutés), e, finalmente, por esseni do latim. Também se aceita a forma esseniano.
Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.
Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus:
- vestiam-se sempre de branco;
- aboliam a propriedade privada;
- eram vegetarianos;
- contrários ao casamento;
- tomavam banho antes das refeições;
- a comida era sujeita a rígidas regras de purificação.
- não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem.
Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espitirual, remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com frequência, segundo alguns historiadores, estaria na origem do ritual cristão do Batismo, que era ministrado por São João Batista, às margens do Rio Jordão, próximo a Qumram.
Segundo o livro Harpas Eternas, os essenios tem origem em Essen, discipulo de Moises, e tiveram como principal missão preparar a vinda do Messias, Jesus Cristo.

- Nazarenos

Nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam voto, ou perpétuo ou temporário, de guardar perfeita pureza. Eles se comprometiam a observar a castidade, a abster-se de bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos.
Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros cristãos, por alusão a Jesus de Nazaré. Também foi essa a denominação de uma seita herética dos primeiros séculos da era cristã, a qual, do mesmo modo que os ebionitas, de quem adotava certos princípios, misturava as práticas do moisaísmo com os dogmas cristãos, seita essa que desapareceu no século quarto.

- Publicanos


Eram assim chamados, na antiga Roma, os cavalheiros arrendatários das taxas públicas, incumbidos da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do Império. Eram como os arrendatários gerais e arrematadores de taxas do antigo regímen na França e que ainda existem nalgumas legiões.
Os riscos a que estavam sujeitos faziam que os olhos se fechassem para as riquezas que muitas vezes adquiriam e que, da parte de alguns, eram frutos de exações e de lucros escandalosos. O nome de publicano se estendeu mais tarde a todos os que superintendiam os dinheiros públicos e aos agentes subalternos. Hoje esse termo se emprega em sentido pejorativo, para designar os financistas e os agentes pouco escrupulosos de negócios. Diz-se por vezes: “Ávido como um publicano, rico como um publicano", com referência a riquezas de mau quilate.
De toda a dominação romana, o imposto foi o que os judeus mais dificilmente aceitaram e o que mais irritação causou entre eles. Dai nasceram várias revoltas, fazendo-se do caso uma questão religiosa, por ser considerada contrária à Lei. Constituiu-se, mesmo, um partido poderoso, a cuja frente se pôs um certo Judá, apelidado o Gaulonita, tendo por principio o não pagamento do imposto, Os judeus, pois, abominavam a este e, como consequência, a todos os que eram encarregados de arrecadá-lo, donde a aversão que votavam aos publicanos de todas as categorias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas muito estimáveis, mas que, em virtude das suas funções, eram desprezadas, assim como os que com elas mantinham relações, os quais se viam atingidos pela mesma reprovação. Os judeus de destaque consideravam um comprometimento ter com eles intimidade.

- Samaritanos

Após o cisma das dez tribos, Samaria se constituiu a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, tomou-se, sob os romanos, a cabeça da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou de suntuosos monumentos e, para lisonjear Augusto, lhe deu o nome de Augusta, em grego Sebaste.
Os samaritanos estiveram quase constantemente em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas. Aqueles, para tornarem maior a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construfram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros que a esse foram posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antigüidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. Ó antagonismo das duas nações tinha, pois, por fundamento único a divergência das opiniões religiosas; se bem fosse a mesma a origem das crenças de uma e outra. Eram os protestantes desse tempo.

- Terapeutas

(do grego therapeutai, formado de therapeuein, servir, cuidar, isto é: servidores de Deus, ou curadores).
Eram sectários judeus contemporâneos do Cristo, estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Tinham muita relação com os essênios, cujos princípios adotavam, aplicando-se, como esses últimos, à prática de todas as virtudes. Eram de extrema frugalidade na alimentação. Também celibatários, votados à contemplação e vivendo vida solitária, constituíam uma verdadeira ordem religiosa. Fílon, filósofo judeu platônico, de Alexandria, foi o primeiro a falar dos terapeutas, considerando-os uma seita do judaísmo. Eusébio, S. Jerônimo e outros Pais da Igreja pensam que eles eram cristãos. Fossem tais, ou fossem judeus, o que é evidente é que, do mesmo modo que os essênios, eles representam o traço de união entre o Judaísmo e o Cristianismo.

- Escribas

Nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, foi aplicado especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os fariseus, de cujos princípios partilhavam, bem como da antipatia que aqueles votavam aos inovadores. Daí o envolvê-los Jesus na reprovação que lançava aos fariseus.
Linhagem das principais Tribos da Antiga Palestina
Terá= Genitor de Abraão (descendente de Noé)
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