domingo, 22 de agosto de 2010

Ciro II da Pérsia

Ciro II da Pérsia e os hebreus. Iluminura de Jean Fouquet, c. 1470-1475.
Relevo de Ciro, o Grande em Pasárgada.
Visão sobreposta em modernas fronteiras, sob o Império Persa de Ciro II, ele anexou os territórios que hoje equivalem a Turquia, Israel, e Armênia, a oeste de Cazaquistão, Quirguistão, e para o rio Indo, a leste. Pérsia se tornou o maior império do mundo nunca tinha visto.
Ciro II da Pérsia, mais conhecido como Ciro, o Grande, foi rei da Pérsia entre 559 e 530 a.C., ano em que morreu em batalha com os Massagetas. Pertencente à dinastia dos Aquemênidas, foi sucedido pelo filho, Cambisses.
Ciro foi um príncipe persa com ascendência na casa real dos medos, até então o povo dominante do Planalto Iraniano. A versão da história do nascimento de Ciro, segundo Heródoto, consta que o rei medo Astiages, seu avô, teve um sonho em que uma videira crescia das costas de sua filha Mandame, mãe de Ciro, lançando gavinhas que envolviam toda a Ásia. Sacerdotes lhe advertiram que a videira era seu neto Ciro (cujo nome persa era Kurush), e que ele tomaria o lugar do velho reino da Média no mundo. Então o rei medo mandou seu mordomo que o matasse nas montanhas. O mordomo, chamado Harpago, se comoveu com a beleza da criança e o entregou aos cuidados de um pastor. Ao descobrir a traição, Astíages esquartejou o filho de Harpago, e o serviu em um jantar para o mordomo, que apenas soube o que estava comendo quando levaram a última travessa à mesa: a cabeça de seu filho.
Ciro finalmente se tornaria rei dos persas, até então um povo tributário dos medos. Então uma rebelião liderada por Harpago derrotou Astíages, que foi levado a Ciro para julgamento. O rei persa poupou a vida de seu avô, mas marchou para a capital da Média, Ecbátana, e tomou o controle do vasto território medo.
Assim que tomou o controle político de toda a região do atual Irã, Ciro conquistou a Lídia (reino cujos medos contendiam havia décadas, sem sucesso) e os territórios a leste da Pérsia até o Turquestão, na Ásia Central.
Após a conquista de Babilónia, Ciro é citado num cilindro dizendo:
Cquote1.svg Eu sou Ciro, rei do mundo, grande rei, rei legítimo, rei de Babilônia, rei da Suméria e de Acade, rei das quatro extremidades [da terra], filho de Cambises, grande rei, rei de Anzã, neto de Ciro, . . . descendente de Teíspes . . . de uma família [que] sempre [exerceu] a realeza Cquote2.svg
[1]
Em 539 a.C. Ciro conquistou a Babilônia. Os registros bíblicos informam que Ciro teria recebido uma mensagem divina que o ordenava a enviar de volta à Palestina todos os Judeus cativos naquela cidade. De qualquer forma, foi o autor de famosa declaração que em 537 a.C. autorizava os judeus a regressar à Judéia, pondo fim ao período da Captividade Babilónica. Em uma noite de 5/6 de outubro de 539 AEC, Ciro acampou em volta de Babilônia com seu exército. Enquanto os babilônicos festejavam, engenhosamente Ciro desviava as águas do Rio Eufrates para um lago artificial. Eles puderam atravessar o rio com a água na altura da cintura e entraram sem lutar, visto que os portões estavam abertos.
A Palestina, com posição estratégica nas rotas comerciais do Egito, ficou guarnecida por um povo agradecido ao imperador persa e pronto para defendê-lo. A queda da Babilônia ainda lhe rendeu a lealdade dos Fenícios, cuja habilidade naval era admirada pelo mundo conhecido, e que consistiria na base da marinha persa, anos depois, responsável pelas conquistas na Trácia e as guerras contra dos gregos.
A infância de Ciro, rei da Pérsia. Sebastiano Ricci (16591734).
Em todas as conquistas, destacou-se por uma generosidade incomum no seu tempo, ao poupar seus inimigos vencidos - ou até empregá-los em cargos administrativos de seu império. Ciro também demonstrou tolerância religiosa ao manter intactas as instituições locais (e até cultuar os deuses de regiões conquistadas, como quando entrou na Babilônia e consagrou-se rei no templo de Marduk). Ciro também procurou manter todos os povos do império sob a administração de líderes locais, de forma que, sob a suserania de um governo forte, muitos daqueles povos se viram em melhor situação sob os persas do que independentes.
A habilidade política de Ciro, seguida pelos seus sucessores imediatos, assegurou a força e a unidade de uma vasta região, que ia da Anatólia ao Afeganistão, e do Cáucaso à Arábia, composta por uma miríade de povos diferentes, algo que jamais havia sido conseguido na história da humanidade até então.

Índice

[esconder]

[editar] História dinástica

[editar] Império Medo

Após a morte de seu pai, em 559 a.C., Ciro tornou-se rei de Anshan. No entanto, seu reino não era independente, posto que, como seus predecessores, Ciro teve de reconhecer sua sujeição ao Reino Medo. Durante o reinado de Astíages, o Império Medo possivelmente governou a maioria dos povos do Antigo Oriente, desde a fronteira da Lídia, ao oeste, até a Pártia e Pérsia, ao leste.
Na versão de Heródoto, Hárpago, buscando vingança, convenceu Ciro a incitar a sublevação dos persas contra seus senhores feudais, os medos. Porém, provavelmente, Harpago e Ciro rebelaram-se devido às suas insatifações acerca da política ministrada por Astíages. O início da revolta se deu em 549 a.C. e, desde então, com a ajuda de Hárpago, Ciro liderou seu exército contra os medos, até a conquista de Ecbátana, em 549 a.C., dominando, efetivamente, o império medo.
Apesar de ter aceitado a coroa da Média, em 546 a.C., ele oficialmente assumiu o título de "Rei da Pérsia". Arsames, que era o governante da Pérsia sob os medos, teve, portanto, de abrir mão de seu trono. Seu filho, Hístaspes, primo de segundo grau de Ciro, foi nomeado sátrapa de Pártia e Frígia. Arsames viveria para ver seu neto tornar-se Dario, O Grande, Shahanshah da Pérsia, após a morte dos filhos de Ciro.
A conquista da Média foi apenas o início das guerras realizadas por Ciro. Astíages havia aliado-se a Creso de Lídia, seu cunhado, a Nabônido da Babilônia e a Amásis II do Egito, tencionando reunir forças contra Ciro e seu império.

[editar] Império lídio e Ásia Menor

Creso na pira. Ânfora ática, 500–490 a.C., Louvre.
As datas exatas da conquista da Lídia são desconhecidas, mas deve ter ocorrido entre a derrubada do reino medo por Ciro (550 a.C.) e sua conquista da Babilônia (539 a.C.). Era comum no passado atribuir 547 a.C. como o ano da conquista, devido a algumas interpretações da Crônica de Nabonido, mas esta posição não é atualmente muito usual.[2] Os lídios inicialmente atacaram Pteria, cidade do Império Aquemênida na Capadócia. Creso cercou e capturou a cidade escravizando seus habitantes. Enquanto isso, os persas convidaram os cidadãos da Jônia que faziam parte do reino lídio a revoltar-se contra seus governantes. A oferta foi rejeitada e, portanto, Ciro formou um exército e marchou contra os lídios, aumentando seus números ao passar por nações em seu caminho. A Batalha de Pteria foi efetivamente um empate, com ambos os lados sofrendo pesadas baixas ao anoitecer. Creso recuou para Sardes na manhã seguinte.[3]

[editar] Ciro na Bíblia

  • O livro de Isaías (capítulos 40-56) se profetiza e celebra a vitoria de Ciro, como enviado e ungido por Jeová.
  • No livro de Esdras (1: 2-4) se apresenta uma versão do edito de Ciro que põe fim ao exilio judeu em Babilónia.
  • O livro de Daniel possui varias referências a Ciro.
  • O Segundo livro das Crónicas (36: 22-23) apresenta outra versão do edito de Ciro.

Referências

Nenhum comentário:

Postar um comentário