terça-feira, 20 de setembro de 2011

Daniel e Samuel - Escrito por Deus

Carpideiras: A mais antiga profissional do luto


Carpideiras: A mais antiga profissional do luto

Presente nos velórios do Antigo e Novo Testamentos, as carpideiras subsistem até na pós-modernidade
“Apressem-se e levantem sobre nós o seu lamento, para que os nossos olhos se desfaçam em lágrimas, e as nossas pálpebras destilem água” (Jr 9.18).

Em 2007, as maravilhosas atrizes Marieta Severo e Andréa Beltrão encenaram uma peça chamada “As Centenárias”, escrita por Newton Moreno e dirigida por Aderbal Freire-Filho. A peça descreve com humor e ironia a estória de duas carpideiras que percorrem velórios com suas lamúrias e contando causos do interior do Nordeste. Embora a peça seja uma ficção, não está longe da verdade. Vejamos o que diz a Bíblia a respeito dessas respeitáveis mulheres do pranto.

No contexto do Antigo Testamento, encontramos mulheres profissionais do pranto e do luto. Essas senhoras eram conhecidas pela alcunha de “carpideiras”, no hebraico lameqōnenōt – literalmente, aquelas que são como fontes de lágrimas. Essas profissionais eram contratadas para lamentar, chorar, e lamuriar nos velórios. Por esta razão é que a NVI traduz o termo hebraico por “pranteadoras profissionais” em Jeremias 9.17.

Esperava-se que através da simulação de angústia e dor manifestadas por estas mulheres, o participante lutuoso fosse contagiado pela tristeza e aflição, como afirma o profeta das lágrimas:

Apressem-se e levantem sobre nós o seu lamento, para que os nossos olhos se desfaçam em lágrimas, e as nossas pálpebras destilem água (Jr 9.18).

O principal objetivo era levar os partícipes ao choro e lamento, mesmo que o defunto não merecesse. Isso me fez lembrar um causo muito interessante. Certa ocasião, em minhas andanças pelo Brasil como professor de Teologia, fui convidado para o velório de um ex-prefeito que seria realizado na magna Câmara Municipal da cidade. Mesmo que se coloque uma faca em meu pescoço eu jamais direi o nome do lugar! Perguntei se o defunto fizera uma boa administração, mas, disseram que além de péssimo administrador ainda vendera a única praça da cidade sem entregar o referido valor aos cofres públicos. Não houve uma carpideira sequer para chorar a ida desse mais novo geólogo aos campos santos. O clima parecia mais de contentamento do que contrição. Perdoe-me a família do falecido!

Iconografias do século XV e XIV a.C. na cidade egípcia de Tebas, demonstram que esse ofício era conhecido não somente em Israel, mas em todo Antigo Oriente. A profissão se perpetuou passando incólume por todos os grandes impérios: Babilônia, Assíria, Grécia, Roma e também no Brasil. Afinal, qual político não necessita de uma carpideira para chorar sua desventura? No Brasil, por exemplo, elas chegaram com a colonização portuguesa. Caso você não saiba, a senhora Itha Rocha é a carpideira mais famosa do Brasil. Essa profissional do pranto, com todo respeito, procede de uma longa ascendência de pranteadoras. Já chorou até no velório de Clodovil Hernandes, no entanto, ela disse ao repórter Vagner Magalhães: “O que interessa é o gesto humano. Demonstrar laços como se fôssemos parentes, irmãos". Certo incógnito disse-me uma vez que, em um velório em SC, a carpideira contratada parecia mais a viúva do falecido. Por curiosidade, perguntei a razão pelo qual ele chegou a essa constatação metafísica e ouvi atentamente a seguinte resposta: “além de ela chorar, não parava de beijar o cadáver!”. Que dureza!!!!!

As lamuriantes contratadas vestiam-se de preto e não costumavam usar perfume. Em 2 Samuel 14.2 é citado o caso de uma mulher astuta contratada por Joabe para simular um luto perante o rei Davi, diz a Escritura:

Finge que estás profundamente triste, põe vestido de luto, não te unjas com óleo e sê como mulher que há muitos dias está de luto por algum morto.

Interessante como o escritor Newton Moreno captou com mestria a farsa lamuriante das carpideiras, assim como Joabe, ao descrever o encontro de Socorro (Marieta) com Zaninha (Beltrão). Zaninha encanta-se com a profissão de Socorro e deseja saber o segredo da arte do carpir. Prontamente, a personagem alerta: para ser uma boa carpideira é necessário, em primeiro lugar, ser mãe, para que sinta medo da perda e, depois, um forte respeito à morte. Lembremos que Jeremias afirmava que esta profissão era passada de mãe para filha.

Assim como a carpideira de Tecoa, contratada por Joabe, existiam muitas outras em Israel cujo ofício era hereditário, conforme Jeremias 9.20:

Ouvi, pois, vós, mulheres, a palavra do SENHOR, e os vossos ouvidos recebam a palavra da sua boca; ensinai o pranto a vossas filhas; e, cada uma à sua companheira, a lamentação.

As pranteadoras contratadas são chamadas de “mulheres hábeis” (’iššâ hakāmôt):

Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai e chamai carpideiras, para que venham; mandai procurar mulheres hábeis (’iššâ hakāmôt), para que venham (Jr 9.17).

O termo hakāmôt que é o plural feminino de hakāmâ (sabedoria), significa “sábia”, entretanto, à luz do contexto, não se trata de “mulheres sábias”, tal qual traduzido pela Septuaginta (LXX) e seguido pela ARC, mas de “mulheres habilidosas”. A TEB traduz por “melhores” (9.16), isto é, “melhores em sua arte”, “em sua profissão”, “hábeis na lamentação fúnebre”. Brenner, comentando sobre a expressão em apreço afirma:
 
  • Uma carpideira profissional, portanto, tinha de aprender e ser versada na poesia peculiar à sua ocupação. A “sabedoria” das mulheres carpideira consistia em sua habilidade vocacional (isso surge da estrutura poética do versículo 16 [17]: “mulheres carpideiras” na primeira coluna do verso, comparadas com hakāmôt, na segunda coluna). Portanto, o termo hakāmôt, aqui deveria ser traduzido por “mulheres habilidosas”, e não “mulheres sábias”. [1]

As celebrações fúnebres costumavam durar cerca de sete dias (Gn 50.10). Essas profissionais permaneciam durante todo o tempo em que durasse o luto, a elegia. A habilidade das carpideiras não se circunscrevia apenas a chorar, mas eram também exímias endechadoras, especialistas em compor e cantar cânticos fúnebres. Atualmente, os cânticos fúnebres entoados pelas carpideiras são chamados de incelenças. Muitas endechas (canções fúnebres) se popularizaram tornando-se parlendas infantis, pelas quais as crianças brincavam nas praças (Mt 11. 16,17):

Mas a quem compararei esta geração? É semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros: ‘Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes.
As habilidades das carpideiras iam além do pranto e das endechas. Essas profissionais se aperfeiçoaram tanto em sua arte que aliavam a técnica do choro e do cântico fúnebre às artes cênicas. Eram especialistas em representar, encenar situações que visavam entre outras coisas ludibriar a outrem. As qualidades cênicas de algumas dessas mulheres são facilmente perceptíveis em 2 Samuel 14.1-24.
A quem você atribuiria hoje esse papel de carpideira!?
Se a custo choram estas donzelas
Sem conhecer o morto, tão artificial,
Receberá com justos juros no funeral
Quem for prantear as mortes delas?

VINGREN: O HOMEM, A LENDA


VINGREN: O HOMEM, A LENDA

Vingren, vida dedicada ao Senhor
“Gunnar Vingren era um homem consagrado a Deus cuja vida foi uma vez para sempre colocada sobre o altar e ele jamais retirou dali essa sua oferta. Um santo fogo estava aceso em sua alma e ardeu durante toda a sua vida, até que ele foi “consumido” por esse mesmo fogo”.                                  
                                      

GUNNAR VINGREN (1879-1933), nasceu em Ostra Husby, Ostergotland, na região agrícola do sudeste da Suécia, a 8 de agosto de 1879. Seu pai era batista e exercia a função de jardineiro. Diz o próprio Vingren que pelo fato de seus pais serem crentes, procuraram desde tenra idade a ensinar-lhe os preceitos do Senhor . Os ensinos domésticos que o pequeno Gunnar recebia de seus genitores era reforçado pelas aulas que recebia na Escola Dominical na qual seu pai era um dirigente incansável. 

    Segundo o próprio Vingren, aos 9 anos ele foi chamado por Deus . Após essa chamada, sentiu o desejo de buscar a Deus e o fazia constantemente atraído de uma forma especial pela presença do Santo Espírito. Aos 11 anos reunia-se com outras crianças para buscar a Deus em oração. Vingren terminou o curso primário com 11 anos, a partir dessa idade trabalhou como jardineiro com o seu pai, ofício este que se ocupou até o ano de 1903, quando seguiu o rumo de parentes para os Estados Unidos . 

    O adolescente Gunnar não resistiu aos apelos do mundo, desviando-se dos preceitos do Senhor com a idade de 12 anos. Ficou cerca de 5 anos vivendo como um filho pródigo, trazendo descontentamento aos seus pais. Em 1896, com a idade de 17 anos, Vingren foi a um culto de vigília de ano novo com o seu pai. Foi nessa reunião que retornou ao lar paternal.  Em seu diário, o já idoso missionário, relembra com gozo indizível a sua conversão ao Evangelho .

Em 1897, aos 18 anos, foi batizado nas águas na igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia. Nessa época, assumiu a direção da Escola Dominical de sua igreja, substituindo seu pai. Em 14 de julho daquele ano, um artigo de uma revista que falava sobre os sofrimentos de tribos nativas no exterior o levou às lagrimas e a uma decisão que mudaria o rumo de sua vida: “Subi para o meu quarto e ali prometi a Deus pertencer-lhe e pôr-me à sua disposição, para honra e glória de seu nome. Orei também insistentemente para que Ele me ajudasse a cumprir esta promessa” , afirma Vingren.

No mês de outubro de 1898, Vingren deixou a direção da Escola Dominical para participar de uma escola bíblica em Götabro, Nãrke. Essa escola bíblica era uma Federação Evangélica com o intuito de ganhar almas para Cristo. Cerca de cinquenta e cinco crentes, entre homens e mulheres, participaram dessa Escola que durou cerca de trinta dias. Ao final do curso, cerca de quinze participantes foram enviados como evangelistas, que saíram dois a dois apenas com o dinheiro da passagem para o local pretendido. O próprio Vingren fala da impressão que essa escola bíblica lhe causou:

“Nunca mais na minha vida recebi uma instrução bíblica tão profunda como aquela. Pastor Kihlstedt nos quebrantava completamente com a Palavra de Deus. Ele nos tirava tudo, tudo, até que ficássemos inteiramente aniquilados como pó diante dos pés do Senhor. Depois vinha o irmão Emílio Gustavsson com o óleo de Gileade, e sarava as feridas da alma, alimentando nossos corações famintos com o melhor trigo dos celeiros de Deus. Oh! Que tempo aquele! Fez-me bem pelo resto de toda a minha vida”.

 Vingren foi enviado como evangelista à província de Skane, que foi a sua primeira missão como missionário. Em seguida, evangelizou nas províncias de Vãstergõtland, realizando vários cultos na região. Mas, quando chegou a Tidaholm, ficou doente de papeira. Muito enfermo, sonhou que tinha dormido no Senhor e que seus pais participaram do cortejo fúnebre. Entretanto, no sábado à noite, alguns irmãos foram visitar o evangelista enfermo. Oraram fervorosamente e, na segunda-feira, estava totalmente curado para continuar sua viagem missionária . Depois disto, evangelizou em Rönneholm, Svedala e retornou a Skane. Na cidade de Rönneholm, um irmão chamou à sua atenção pelos atos humanitários e pelo amor cristão que dispensava ao viandante cristão. Realizou alguns cultos em algumas aldeias de pescadores. Vingren lembra em seu Diário do Pioneiro, que o céu se abriu sobre todos que estavam juntos cantando o hino: “Jesus, faz-me sereno e satisfeito”.  

De retorno ao lar paterno, continuou a trabalhar como jardineiro. Desta feita encontrou trabalho como jardineiro no palácio real de Drottningholm. O coração do missionário ardia com o desejo entusiástico de repetir a experiência de propagar as boas novas. Foi quando no dia primeiro de outubro, após ser convidado anteriormente por um evangelista da qual Vingren não conhecia pessoalmente, partiu para ser obreiro em cultos próximo à sua casa. No inverno foi à província de Ostergötland, e muitas almas renderam-se, como diz o próprio Vingren, “ao pé da Cruz. Glória a Deus”  . Entretanto, no mês de fevereiro, Gunnar foi convocado a cumprir o serviço militar interrompendo sua missão. Apresentou-se em Soderkoping e serviu em Malmslatt durante sessenta e oito dias. Parecia que o antigo desejo de ser militar  iria ressuscitar e a falta de segurança cristã o atormentaria. Mas nem um e nem o outro foram fortes suficientes para amedrontar esse intrépido evangelista. Havia amadurecido não apenas como cristão, mas também como obreiro, tendo sido experimentado em todas as coisas e sido aprovado por Deus. Dentre os mil e seiscentos homens alistados apenas vinte eram cristãos. Lembra o jovem evangelista, que Deus o auxiliou dando a ele oportunidade de pregar aos seus companheiros pessoalmente, e noutra ocasião numa capela cheia de soldados.  

Ao retornar do serviço militar, voltou para a casa de seus pais e, retomou o trabalho de jardineiro próximo a Estocolmo. Vingren se esforçava para ser útil tanto à sociedade quanto ao Reino de Deus. De dia trabalhava como jardineiro e a noite tomava parte nos cultos testificando em diversos lugares. 

Em 30 de junho de 1903, Vingren afirma que foi “atingido pela “febre dos Estados Unidos” . Após dezenove dias de viagem, chegou a Kansas City em dezenove de novembro de 1903. Embora tivesse muita dificuldade em  encontrar o endereço , Vingren foi em direção a casa de seu tio Carl Vingren que morava em Kansas City a vários anos. Vingren, após uma semana, começou a trabalhar como foguista na cidade de Greenhouse, depois  como porteiro em uma grande casa comercial e, no inverno, como jardineiro. No  final do mês de fevereiro de1904, partiu para St. Louis para trabalhar no Jardim Botânico local, ao mesmo tempo em que participava, aos domingos, dos cultos  da igreja sueca em St. Louis.

No final de setembro de 1904, Gunnar viajou para Chicago para começar um curso de quatro anos no seminário sueco dos batistas. Os ministros da Igreja batista sueca percebendo o zelo e esmero de Vingren o recomendaram que entrasse para a universidade batista. Nos quatros anos que passou na universidade, o seminarista Gunnar sentia a presença de Deus em todo o tempo. Durante os estudos, Vingren pregava em diversas igrejas locais distintas. No seu primeiro estágio, de junho a dezembro, pregou na Primeira Igreja Batista em Chicago, Michigan. No segundo, foi a Sycamore, Illinois, no estágio do Natal, pregou em Blue Island, também em Illinois. No terceiro estágio ajudou em Sycamore, Illinois, e nos últimos estágios, foi pastor em Mountain, Michigam. 

Em setembro de 1904 iniciou um curso de quatro anos no Seminário Teológico Batista Sueco, em Chicago. Durante o tempo em que morou em Kansas, pertenceu à igreja batista sueca, onde foi exortado a voltar a estudar. Durante o curso, foi convidado a pregar em várias igrejas. Pelo seminário, estagiou sete meses na Primeira Igreja Batista em Chicago, Michigan. Depois, nas igrejas batistas em Sycamore, Illinois; Blue lsland, também em Illinois; e, por fim, em Mountain, Michigan .

    No mês de maio de 1909, Vingren concluiu seus estudos e foi diplomado no mesmo mês e ano.Embora houvesse feito um pedido para ser enviado como missionário, após os estudos acadêmicos, foi servir à Primeira Igreja Batista em Menominee, Michigan, como pastor em junho de 1909. Permaneceu nessa igreja até fevereiro de 1910 . A Convenção Batista do Norte o sustentaria. No início, Vingren convenceu-se de que esta era a vontade de Deus, mas, durante a convenção, Deus mostrou-lhe o contrário. Voltando à sua igreja, enfrentou uma grande luta por causa de sua decisão. Finalmente, resolveu não aceitar a designação e comunicou sua decisão à convenção por escrito. Por esse motivo, a moça por quem se enamorara rompeu o noivado. Ao receber a carta da pretendida, respondeu: “Seja feita a vontade do Senhor!”.
    
    Até a decisão final em não ir para a Índia como missionário,  Vingren travou uma árdua batalha espiritual, agravada com uma severa dúvida em saber se esta era a decisão correta. Conta Vingren, que, enquanto estava em dúvida não sentiu o poder de Deus sobre a sua vida durante toda aquela semana, vindo a sentir o poder e a paz de Deus somente depois que decidiu em não ir como missionário .  

    Nessa época os Estados Unidos estava sendo visitado de modo especial pelo Espírito Santo . No verão de 1909, Deus encheu o coração de Vingren com o desejo de receber o batismo no Espírito Santo. Em novembro daquele ano, ele pediu permissão à sua igreja para visitar a Primeira Igreja Batista Sueca, em Chicago, onde se realizava uma série de conferências: O seu objetivo era buscar o batismo no Espírito Santo. Foi durante essa milagrosa experiência que Vingren conheceu Daniel Berg. Após cinco dias de busca incessante, foi revestido de poder, falando em outras línguas, como os discípulos no Dia de Pentecostes. Sobre o assunto afirma Vingren:

    “Quando recebi o Espírito Santo, falei línguas, justamente como está escrito que aconteceu com os discípulos no dia de Pentecostes: At 2. É impossível descrever a alegria que encheu meu coração. Eternamente o louvarei, pois me batizou com o seu Espírito Santo e com fogo”  .

A alma de Vingren estava transbordando de alegria celeste. Após aquela experiência pentecostal, Vingren nunca mais foi o mesmo pastor. Ao voltar à sua igreja em Menominee, começou a pregar a verdade pentecostal de que “Jesus batiza no Espírito Santo e com fogo” . Alguns irmãos estranharam o teor da mensagem, enquanto outros ficaram impressionados com o fervor da boa nova. A partir dos ensinos e experiência dos cristãos primitivos no livro dos Atos dos Apóstolos, Vingren ensinava a verdade pentecostal .  No entanto, a tradição daquela igreja que tanto amava o seu pastor, não estava disposta a admitir aquela estranha doutrina. Por muito tempo os irmãos daquela comunidade haviam aprendido que os nove dons do Espírito e a experiência do pentecoste haviam cessado após a era apostólica. Outros irmãos, porém, ávidos por uma comunhão mais profunda com o Espírito Santo, creram na doutrina pentecostal. Em fevereiro de 1910, os crentes que não creram na mensagem pentecostal intimaram o pastor Vingren a deixar o pastorado da igreja .

A Igreja Batista em South Bend, Indiana, ao ouvir os comentários de que um dos pastores da denominação havia experimentado uma ação sobrenatural do Espírito sobre si, convidaram "o batista pentecostalizado" para expor sua experiência. Todos os irmãos ao ouvir a mensagem creram em cada exposição bíblica e em cada um dos atos experiênciais do próprio Vingren. Nos primeiros sete dias, Deus batizou dez crentes com a evidência inicial de falar noutras línguas. 

A perspectiva de Vingren era que Deus transformasse as igrejas batistas suecas através do batismo pentecostal. Inicialmente não pretendia deixar de ser um ministro da igreja batista, apenas compartilhar sua nova experiência. A nova consciência do ex-pastor batista era a de que a igreja só seria capaz de cumprir a sua missão se aceitasse a plenitude do batismo no Espírito Santo. Por isso, se pôs como profeta e missionário incumbido de propagar a mensagem quadrangular do Evangelho: Cristo Salva, Batiza com o Espírito Santo, Cura e Vem em breve. Vingren não deixou de ser um pastor batista até o momento que foi expulso da igreja batista em Belém – Pará. Não pretendia criar uma outra denominação, isto ocorreu porque as circunstâncias o levaram, apenas ser participante de uma reforma dentro das igrejas reformadas. Sobre a transformação da igreja batista em South Bend, Indiana afirma Vingren:

    “No total foram quase vinte pessoas, que naquele verão foram batizadas com o Espírito Santo. Glória a Jesus! Assim Deus transformou a igreja batista em South Bend, Indiana, em uma igreja pentecostal”   . 

Vingren pastoreou-a até 12 de outubro de 1 91 0 , quando começou a preparar-se para a viagem ao Brasil.
    
No verão daquele mesmo ano, Deus pôs no coração de Vingren o desejo de reunir a igreja em oração num sábado à noite. Berg, seu futuro companheiro na seara do Mestre, estava presente nessas reuniões em South Bend . A primeira foi realizada na casa de um dos irmãos que haviam recebido o batismo no Espírito Santo. Naquela ocasião, o Espírito desceu de modo sobrenatural alegrando a alma dos crentes. Essa experiência foi repetida por diversas vezes. Reuniam-se aos sábados para orar, e cada vez que isto ocorria o Espírito do Senhor descia sobre os seus servos poderosamente. Paulatinamente os irmãos estavam sendo imersos no poder e na autoridade do Espírito para levar a mensagem pentecostal para outros lugares. Vingren afirma que durante essas semanas de oração, sentia o poder de Deus sobre ele como uma pressão, ou um forte peso, de tal maneira que muitas vezes nem podia estar assentado à mesa para comer, mas tinha de cair ao chão, dobrar os joelhos e, com alta voz, prorromper em altos louvores diante da Majestade Santa.
Durante uma dessas reuniões percebeu que um irmão estava arrebatado em espírito de modo especial, como um arrebatamento profético. Um outro irmão, Adolfo Ulldim, foi o instrumento profético que Deus usou para dizer a Vingren e ao seu companheiro Berg que eles deveriam ir a uma cidade conhecida pelo nome "Pará", cujo povo e seus hábitos eram de uma vasta simplicidade, mas Deus supriria todas as necessidades. Naquela ocasião um fato espiritual inusitado cortou a expectativa e apreensão dos missionários, um dos irmãos foi tomado em glossolalia, só que era o idioma que os missionários teriam que futuramente aprender, o português. Na mesma ocasião, o Espírito falou a Vingren para que ele não se preocupasse com a sua vida sentimental. Deus estaria cuidando de cada aspecto de sua vida, ainda que seja de questão mais ínfima. Como prova, Deus disse-lhe o nome de sua futura esposa: Strandberg .  Embora Vingren não a conhecesse guardou em seu coração essa profecia. Mais tarde, sete anos depois, em 4 de março de 1917, Vingren conheceu a enfermeira, senhorita Frida Strandberg, amiga de Lewi Pethrus e que possuía uma chamada missionária para o Brasil. O casamento só ocorreu em 16 de outubro de 1917.

Imediatamente, Vingren e Berg foram até a bliblioteca pública da cidade localizar em algum atlas algum lugar com esse nome. Desfolhando os manuais descobriu tratar-se de um lugar ao Norte do Brasil. Embora o pastor Vingren sempre tivesse plena consciência de seu chamado missionário, sabia exatamente agora o lugar que Deus o queria – Pará , Norte do Brasil. Embora soubesse, ficou claro que Deus o havia guiado adequadamente ao rejeitar ser enviado como missionário para Índia, ou quando arrefeceu o seu desejo de ser missionário na China, motivado por um tio que havia sido missionário nessa região de matizes culturais intransponíveis. Deus o queria no Brasil para implantar um dos maiores movimentos pentecostal na América do Sul! Vingren e Berg agora estavam unidos pelo Senhor no mesmo propósito. 

 Como não deveria deixar de ser, os dois se prontificaram a buscar ao Senhor para saber qual era o tempo ideal para ir ao Brasil. Poucos meses depois compreenderam que deveriam partir de Nova Iorque até o Pará e que seria no dia 5 de novembro de 1910 . Sem recurso para comprar as passagens e para as despesas de viagem, confiaram em Deus para toda provisão necessária . Vingren e Berg não possuíam quaisquer recursos; não estavam ligados a qualquer denominação, se recusavam a pedir qualquer ajuda que não fosse a Deus. Foi então, quando os dois missionários se intrigavam com essa questão, que Deus disse a Vingren: “Se fores, nada te faltará!”.  Deus proveu milagrosamente a quantia certa para a viagem. Um irmão chamado B.M. Johnson, pastor de uma das igrejas batistas de Chicago, pediu para que os dois missionários passassem em sua igreja para se despedir. No culto, tiraram uma oferta para os missionários, cujo valor excedeu ao necessário . 

No dia aprazado, 5 de novembro de 1910, os dois missionários embarcaram no navio “Clement”. Pensando em chegar ao Brasil com alguma reserva monetária, embarcaram com passagens de terceira classe. Durante os catorze dias de viagem, os missionários tiveram que suportar a precária acomodação e a péssima alimentação . Tudo o faziam com alegria e contentamento. Numa dessas ocasiões, Deus entregou uma mensagem profética a Daniel Berg, dizendo que estava com eles. Durante esse tempo oraram por um companheiro de viagem e ganharam um passageiro para Cristo. Em um dos pontos de embarque e desembarque alguns brasileiros subiram no “Clement”. Vingren afirma que “pela primeira vez” ouviram o idioma português  e, sentiram certo temor em seus corações, pois não compreendiam nada. Mas esse sentimento desapareceu bem depressa, pois estavam convictos da vontade do Senhor.

Chegaram ao destino, Pará, no dia 19 de novembro de 1910.  

Ao desembarcarem não havia ninguém para receber os dois missionário suecos. Sem destino certo, acompanharam a multidão ao centro da cidade. Os dois missionários viam desfilar pelas ruas “pessoas mal vestidas, os leprosos a desfilar seus corpos mutilados, apresentando pungente espetáculo pelas ruas” . No período da chegada dos missionários e da inauguração da AD no Brasil o país vivia um momento político conturbado. A AD foi fundada no período do Marechal, apoiado pelos fazendeiros de café, Presidente Hermes da Fonseca (15/11/1910 – 15/11/1914), tendo a igreja que conviver com a “república dos coronéis” – latifundiários que formavam as oligarquias estaduais e regionais; fraudavam as eleições, punham o Exército e a polícia contra a população que se revoltava – mandavam em tudo e em todos (...). Nesse período apenas 3% dos brasileiros podiam votar, o que equivalia a três em cada cem brasileiro, e a grande maioria era analfabeta. Os 3% que votavam era os maiores de 18 anos alfabetizados. As eleições eram fraudadas, falsificadas. Quem mandava em tudo e em todos eram os coronéis: no advogado, no pastor, no padre, no professor, nas pessoas que trabalhavam em suas fazendas. Se houvesse mais de um coronel no município afirma PILETTI & PILETTI, mandava aquele que tinha mais jagunços, mais armas e mais vontade de lutar. O crescimento da AD, foi em grande parte, entre as pessoas econômica e socialmente dependentes, sofridas, acostumadas a obedecer sem questionar sempre que se destacava uma autoridade na região. A população deste período seria muito distinta daquela que participaria da revolução de 30, do Estado Novo, da ditadura militar e dos “caras pintadas” da década de 90” (...)  No ano de 1913, uma grande seca atingiu o Estado do Ceará, obrigando o governo a dar passagens grátis para quem quisesse sair de lá. Muitas dessas pessoas foram viver às margens da estrada de ferro Belém-Bragança, aumentando a população do Estado do Pará. Foi nesse período que a igreja experimentou um grande crescimento. Daniel Berg, visitou todos os lugares onde estavam essas pobres pessoas, acrescendo cada vez mais o números dos crentes pentecostais. .

No mesmo dia em que chegaram, hospedaram-se num modesto hotel onde consumiram os seus 16 mil réis que ainda possuíam . Não tendo mais como pagar, não restou nenhuma outra alternativa a não ser deixar o apartamento. Foram, de bonde, em direção à casa do pastor metodista Justo Nelson, que os indicou ao pastor Erik Nilson, pastor da Igreja Batista de Belém. Os dois missionários foram convidados a morarem no porão da Igreja Batista, localizada na Rua Balby n. 406. Depois, em Boca do Ipixuna, às margens do Rio Tajapuru, hospedaram-se durante alguns meses na casa do presbiteriano Adriano Nobre. Dormiram no mesmo quarto onde morava o irmão Adriano Nobre, primo de Adriano, o pri¬eiro professor deles de língua portuguesa. 

    Os missionários precisavam de sustento, por isso, Daniel Berg, forte e robusto, arranjou emprego de fundidor no antigo Port Of Parh (hoje dividida em Cia. Docas do Pará e ENASA), e Gunnar Vingren dedicava-se ao estudo do idioma. A noite transmitia a Daniel o que havia aprendido.

As irmãs Celina Albuquerque e Maria de Nazaré creram na mensagem pentecostal e receberem o batismo no Espírito Santo. Criou-se, então, uma discussão na igreja, que culminou na expulsão de 21 membros, Vingren e Berg eram dois dessa estatística pentecostal.

 Em 18 de junho de 1911, nascia a Missão de Fé Apostólica, que em 11 de janeiro de 1918 mudou de nome, sendo registrada oficialmente como Assembleia de Deus. Era uma igreja sem vínculos estrangeiros, genuinamente autóctone .

Durante a época em que pastoreou a igreja em Belém, no Pará, Vingren visitou por duas vezes a Suécia, passando pelos Estados Unidos. Em 1 de agosto de 1917, na sua primeira viagem, conheceu a enfermeira Frida Strandberg, que contou-lhe ter também uma chamada para o Brasil. Em 16 de outubro de 1917, em cerimônia presenciada por Samuel Nystrõm  e esposa, Gunnar e Frida casaram.

O pastor Vingren, cônscio de que era não apenas necessário registrar os principais eventos pentecostais, mas como também plausível que as Assembleias de Deus tivessem o seu próprio periódico, em 1918, em Belém do Pará, fundou o a revista (jornal) Boa Semente, durante o ano de 1930, no Rio de Janeiro, o jornal Som Alegre, e somente em 1930, por resolução da Convenção em Natal, Vingren une os dois jornais criando o órgão oficial da Assembleia de Deus no país, o jornal Mensageiro da Paz, o primeiro número foi editado em 1 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro .

Apesar das inúmeras e agravantes crises de enfermidade que sofreu, Vingren, durante o período em que esteve no Brasil, esmerou-se arduamente no trabalho do Senhor, antes de sua partida definitiva para a Suécia. Após uma viagem cansativa, escreveu: 

“Depois desta viagem cansativa, cheguei aqui bastante abatido. Sinto-me totalmente acabado. Tenho vontade de trabalhar para Jesus, mas faltam-me as forças. Quando estive em Santa Catarina, fiquei muito enfermo do estômago, pois a comida ali me fez mal. Fiquei também muito gripado e doente no peito, pois tive de voltar de um batismo com a roupa toda molhada e havia um vento muito frio. Mas o Senhor me ajudou. Porém, entendo que, se eu continuar assim, vou em breve terminar a carreira” .

    No dia 15 de agosto de 1932, Vingren retornou à Suécia. No Rio de Janeiro, deixou a igreja sob a responsabilidade do pastor Samuel Nyström. Durante os nove anos que pastoreou a igreja no Rio, esta cresceu muito mais do que qualquer outra no Brasil durante aqueles anos. 

Na Suécia, enquanto não partia para o Céu, participava dos cultos da igreja de Estocolmo, onde celebrou sua última vigília de ano-novo. Em junho de 1933, foi com a família para uma colônia de descanso em Tallang, onde terminou seus dias. Gunnar Vingren faleceu às 14:45 hs, do dia 29 de junho de 1933.

Sua esposa, Frida Vingren, testemunhou seu falecimento: 

“No dia 27, entre cinco e seis da manhã, ele recebeu a chamada para o Céu. Então, com os braços levantados, exclamou: ‘Jesus, como tu és maravilhoso. Aleluia! Aleluia!’ Enquanto estava sob esse poder, leu os quatro primeiros versículos do Salmo 84: “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!”. A minha alma está anelante, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Até o pardal encontrou casa e a andorinha ninho para si e para a sua prole, junto dos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu. Bem-aventurados os que habitam em tua casa: louvar-te-ão continuamente!’ Depois dessa experiência, viveu ainda por dois dias, quando várias vezes disse que tinha saudade de ouvir o cântico dos anjos. Uma vez sentou-se na cama, levantou os braços e louvou a Deus, pois sentiu-se maravilhosamente livre” .

Antes de Vingren morrer, deixou a seguinte mensagem aos irmãos brasileiros:

“Diga-lhes que eu vou feliz com Jesus. E, como um pai em Cristo, exorto a todos a receber a graça de Deus, que quer operar mais santidade e humildade, para que possam receber os dons do Espírito Santo. Somente desta maneira a Igreja de Deus poderá estar preparada para a vinda de Jesus!” .

    A elegia fúnebre se fez na igreja Filadélfia, em Estocolmo, Suécia. Cerca de mil e trezentas pessoas participaram da cerimônia. Diversos irmãos deram testemunhos da vida e obra desse intrépido homem de Deus.
    
        “Gunnar Vingren era um homem consagrado a Deus cuja vida foi uma vez para sempre colocada sobre o altar e ele jamais retirou dali essa sua oferta. Um santo fogo estava aceso em sua alma e ardeu durante toda a sua vida, até que ele foi “consumido” por esse mesmo fogo”.
                                     

Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse Os dois primeiros cavaleiros do Apocalipse


Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse

Os dois primeiros cavaleiros do Apocalipse
1º Selo (6.2): Cavalo Branco

E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer.

O primeiro selo possui paralelo com Zacarias 1.7-17 e 6.1-8 que tratam do simbolismo dos quatro cavalos. Nas Escrituras, o cavalo é símbolo de força, poder e conquistas: O cavalo prepara-se para o dia da batalha (Pv 21.31a). O próprio Deus lembra a Jó a força e capacidade do cavalo para a batalha (Jó 39. 19-25); enquanto o profeta faz referência a velocidade do cavalo para cumprir o que se determina (Is 30.16); ou ainda para expressar a confiança e o poder pessoal (Is 31.1). No livro de Apocalipse o cavalo aparecerá outras três vezes: 9.7; 14.20; 19.11.

As opiniões acerca da identidade deste cavaleiro têm ocupado diversos biblistas, chegando cada um deles a resultados díspares.

O. Boyer, por exemplo, afirma que este selo é símbolo da conquista do evangelho no mundo e, que o cavalo branco, que é figura da santidade, deve representar a força irresistível e veloz de Deus. A. Gilberto assevera que este cavaleiro não pode ser Cristo, porque Cristo é quem abre o selo do versículo 1, do qual sai o cavalo e o cavaleiro do versículo 2. Além disso, Cristo sempre tem em seu cortejo, em sua companhia, melhores agentes do que os mencionados neste capítulo: guerra (vv.3,4); fome (vv.5,6); e peste (vv.7,8).

Isto significa que o primeiro cavaleiro deve ser identificado juntamente com os outros três, isto é, do mesmo tipo. Isto posto, se os outros três cavaleiros são símbolos de destruição e morte, pelos quais Deus executa o seu julgamento, o cavalo branco não pode destoar do conjunto. Assim sendo, o cavalo branco é símbolo de conquistas, o arco  não retesado, isto é, que conservava as flechas na aljava, é símbolo de uma guerra não declarada, do domínio diplomático do Anticristo. Assim, a identidade desse cavaleiro não deve ser confundida com a pessoa de Jesus Cristo.

De acordo com esta corrente de interpretação, o cavalo branco e seu cavaleiro representam o Anticristo em seus primeiros anos de governo político. Nesse período ele se apresentará como se fosse o Messias prometido e enganará a nação eleita. O cavaleiro surgirá provavelmente em um período conturbado no cenário das nações do mundo, proporcionando, através da diplomacia, segurança e paz para os reinos da terra. Facilmente os homens serão seduzidos por suas palavras e lhe entregarão o domínio das nações. A cor branca, segundo certos exegetas, é que impõe dificuldade para admitir a possibilidade de se tratar do Anticristo, pelo fato de a cor ser usada frequentemente para simbolizar a paz e Cristo. Todavia, observamos que o cavalo, símbolo de conquista, representa a conquista do Anticristo, e a cor branca, símbolo de vitória e da paz, representa a vitória e a falsa paz que será imposta pelo Anticristo. O arco representa o domínio do Anticristo através da diplomacia e da guerra fria. A coroa representa o triunfo do Anticristo.

2º Selo (6.3,4): Cavalo Vermelho

E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.

Este segundo selo contrapõe-se ao primeiro. O arco contrasta com a espada. Enquanto o arco e as flechas estão na aljava, este cavaleiro está com uma grande espada nas mão. A paz que o cavaleiro branco traz sobre a terra é temporal e falsa. A função deste cavaleiro, montado sobre o cavalo vermelho é tirar a paz da terra. Tudo aquilo que o primeiro cavaleiro ofereceu aos judeus - reino territorial seguro, paz e protecão para o exercício de sua religião - é completamente destruído pelo segundo cavaleiro. Vermelho é a cor do sangue e geralmente representa a guerra. Nos tempos do apóstolo João, Marte, o planeta vermelho, também era considerado pelos romanos como o deus da guerra.

O cavalo vermelho é símbolo da guerra e do derramamento de sangue que dela advém. A descrição deste selo, no primeiro século da era cristã, deve ter causado bastante impacto entre os crentes daquele período, pois viviam no tempo da Pax Romana, período de paz que atingiu todo o domínio do império romano. Não devemos esquecer da relação deste cavalo vermelho com a profecia de Zacarias 6.2. No tempo da Grande Tribulação a paz diplomática do Anticristo dará espaço para as mais cruéis e sangrentas guerras. Este selo, desencadeará os sofrimentos relacionados aos outros castigos que se seguem.

Mulher sobrevive à queda de 75 metros de altura no Portão do Inferno


Mulher sobrevive à queda de 75 metros de altura no Portão do Inferno

Ariane testemunha que foi salva por um milagre para cuidar do filho

Mulher sobrevive à queda de 75 metros de altura no Portão do Inferno
A dona de casa Ariane Nogueira Rabelo, de 23 anos, testemunha que foi salva por um milagre para que pudesse cuidar do filho de quatro anos. Ela sobreviveu a uma queda de 75 metros de altura no Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros de Cuiabá, quando perdeu o marido e a filha recém-nascida. A jovem ficou internada em estado de coma por duas semanas e passou mais de 40 dias no Pronto-Socorro da capital.

Em uma cadeira de rodas, mas esperançosa em deixar essa situação temporária, Ariane afirma que não se lembra de absolutamente nada do acidente e disse não acreditar no que aconteceu ao ver as imagens do ocorrido. Ela considera que esquecimento é para amenizar o sofrimento. A altura do precipício corresponde a aproximadamente um prédio de 30 andares.

O único momento em que ela se recorda é de quando estava na Rodovia Emanuel Pinheiro com o marido e a filha. “Essa foi a primeira viagem que ela (bebê) fazia com a gente. Meu marido trabalhava como motorista de uma empresa de água e gás e estávamos indo com ele buscar água em um local próximo a Chapada”, relatou. Em uma curva, o motorista perdeu o controle da direção do caminhão, que rompeu a mureta de proteção e caiu no precipício.

Depois que saiu do coma, Ariane passou por duas cirurgias de reconstrução das vértebras fraturadas. Foram colocados quatro pinos na coluna e um no joelho. Agora, após 60 dias sem por os pés no chão, se prepara para dar início às sessões de fisioterapia, marcadas a partir desta segunda-feira (12).

Ariane só ficou sabendo da morte do marido e da filha no acidente, ocorrido no dia 4 de junho deste ano, um dia antes de sair do hospital. Segundo Ariane, quando perguntava sobre eles, os familiares respondiam que estavam internados em um hospital particular de Cuiabá.

A sobrevivente destacou que a tristeza pela tragédia não será fator predominante na sua vida e enfatizou que vai lutar para seguir em frente. 

A previsão dada pelos médicos a Ariane é que daqui a seis meses, no máximo, ela volte a andar com a ajuda de fisioterapia.