segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Igreja na Indonésia luta por sua liberdade de culto

Igreja na Indonésia luta por sua liberdade de culto

Dois líderes da igreja foram atacados ferozmente por radicais islâmicos
Igreja na Indonésia luta por sua liberdade de culto  
Cerca de 100 membros da Igreja Cristã Protestante em Batak, na capital Jacarta, se reuniram para o culto no domingo, 19 de setembro, enquanto centenas de policiais e guardas de segurança ficaram do lado de fora os esperando para os retirarem do local, informou o jornal The Jakarta Globe. Dois pastores da referida igreja foram recentemente atacados e, por isso, em nome da “segurança”, a polícia queria impedir que os cultos continuassem a ser realizados no templo. Os membros da igreja não concordaram e ressaltaram que eles têm o direito à liberdade de culto, assim como os outros cidadãos do país que são muçulmanos e maioria.

“Nós apenas queremos realizar nossas obrigações como cristãos, mas as autoridades nos tratam como terroristas”, disse Advent Tambunan, um membro da igreja, a Associated Press. “Não há justiça para nós neste país”, enfatizou Tambunan. A polícia tinha ônibus esperando fora da igreja no domingo para transportá-los para outro local de culto, mas os membros da igreja se recusaram e negociar com a polícia, que lhes permitiu realizar os seus cultos no local.

A igreja foi fechada em 20 de junho depois que seus membros desafiaram as ordens do governo e se reuniram no edifício de culto sem autorização. A Igreja Cristã Protestante em Batak havia apresentado o seu pedido de licenciamento em 2006, mas, até então, as autoridades, rápidas para darem autorização aos muçulmanos, demoraram a dar a autorização à igreja, com medo de desagradar à população muçulmana, maioria no bairro e fazia protestos constantes contra a abertura de templos cristãos em Batak. Porém, após meses de discussão, os cristãos conseguiram permissão para começaram a se reunir no prédio em dezembro de 2009. Os residentes muçulmanos, no entanto, fizeram protestos contra a permissão do governo para os cristãos, alegando que eles se reuniam com uma permissão sem validade, pois ainda não havia saído a autorização oficial do governo. Logo, os funcionários do governo decidiram selar a igreja por vários meses. Em 20 de junho os membros da igreja voltaram a cultuar ali de novo.

No último domingo, o reverendo Luspida Simandjunktak e o ancião da igreja Hasean Lumbantoruan Sihombing foram atacados enquanto estavam indo para a igreja. O ancião da igreja foi esfaqueado no estômago e posteriormente hospitalizado. Já o pastor foi golpeado na cabeça com uma tábua de madeira.

Dez pessoas, incluindo o líder local da organização linha-dura Frente de Defesa Islâmica, foram detidas devido ao ataque contra os líderes da igreja. Durante meses, a Frente de Defesa Islâmica tinha dito aos cristãos para deixarem o bairro ou haveria represálias.

O governo se ofereceu para dar à igreja um terreno para construir uma nova igreja, de acordo com The Jakarta Globe, mas a congregação ainda não decidiu se vai aceitar a oferta.

O presidente Susilo Bambang Yudhoyono, que depende fortemente de partidos islâmicos no parlamento, tem sido amplamente criticado por não reprimir os islâmicos linha-dura, que realizaram os ataques da semana passada contra os líderes da igreja.

Os muçulmanos representam 86,1% da população da Indonésia, de 240 milhões de habitantes. Os cristãos protestantes, por sua vez, representam 5,7%, e os católicos, 3% da população.

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