quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Filosofia e Religião

Filosofia e Religião

A descrença religiosa dos filósofos
Na filosofia, a religião não desfruta de uma definição unívoca. Os filósofos ocidentais a definiram de modo distinto e controverso. Uns criticaram acidamente a religião enquanto outros a conceituaram de modo positivo.
 
Entre os que se opuseram à religião encontramos FEUERBACH, que a considerava uma invenção humana que se origina na fobia, no medo; KARL MARX, a definiu como "ópio para o povo"; uma invenção da sociedade capitalista para exploração e um instrumento de evasão para os oprimidos e de justificação para os opressores; COMTE, patrono do positivismo, ao descrever as vias do conhecimento humano (religiosa, metafísica e científica), classificou a religião como um estágio de ignorância, ultrapassada pela ciência; já NIETZSCHE, que afirmara a “morte de Deus”, mas nunca apresentou a certidão de óbito, considerava a religião um empecilho ao desenvolvimento do super-homem. A teoria resistiu até mesmo após a mudança ortográfica! FREUD criticou a posição dos filósofos anteriores e acreditava que a religião era um processo de sublimação de uma luta primordial entre os membros do clã doméstico. Para Freud, Deus é uma projeção da culpa familiar e a religião uma neurose obsessiva universal da humanidade, isto é, "um delito coletivo". HEIDEGGER, por sua vez, sustentava que a filosofia não pode falar positivamente a respeito de Deus e da religião.
 
O fato de os filósofos da descrença negarem a religião não reduziu o seu valor e muito menos sua presença na mundanidade. Eles talharam a lápide, convocaram a elegia fúnebre, mas o defunto nunca compareceu ao enterro!
Hoje, entretanto, o desafio não é o da negação, mas da relativização da religião e do sagrado difuso, hedonista e unidimensional.

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