terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sistema de castas da Índia

O sistema de castas da Índia é uma divisão social importante na sociedade Hindu, não apenas na Índia, mas no Nepal e noutros países e populações de religião Hindu. Embora geralmente identificado com o hinduísmo, o sistema de castas também foi observado entre seguidores de outras religiões no subcontinente indiano, incluindo alguns grupos de muçulmanos e cristãos. A Constituição Indiana rejeita a discriminação com base na casta, em consonância com os princípios democráticos e seculares que fundaram a nação. Barreiras de casta deixaram de existir nas grandes cidades, mas persistem principalmente na zona rural do país.

Castas e divisões na Índia

Sistema de castas da Índia.
Define-se casta como grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho. O grupo é endógamo, isto é, cada integrante só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo.
Originalmente, as castas eram apenas quatro:
  • os brāhmaṇa (sacerdotes e letrados) nasceram da cabeça de Brahma);
  • os kṣatrya (guerreiros) nasceram dos braços de Brahma);
  • os vaiśya (comerciantes) nasceram das pernas de Brahma) ;
  • os śūdra (servos: camponeses, artesãos e operários) nasceram dos pés de Brahma.
À margem dessa estrutura social havia os cordeiros, que vieram da poeira debaixo do pé de Brahma. Mais conhecidos como párias, sem casta, eram considerados os mais atrídos por todas as castas. Hoje são chamados de haridchens, haryens ou dalit. Com o passar do tempo, ocorreram centenas de subdivisões, que não param de se multiplicar.
A origem do sistema de castas é certa. Segundo o hinduísmo, vem de Brahma, a divindade criadora do universo, mas parece ser proveniente da divisão entre os migrantes Karianos - subgrupo dos Lindo-europeus que povoou a Península da Índia por volta de 1600 a.C., vindo do norte, pelo Punjabe - e os nativos (dasya), que se tornaram escravos. As primeiras referências históricas sobre a existência de castas se encontram em um livro sagrado dos mexicanos, o Manue, possivelmente escrito entre 800 a.C. e 250 a.C..

[editar]Gandhi/Ganesha

Gandhi, também conhecida como Ganesha, é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Gandhi representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Sua figura revela um significado profundo e necessita ser desdobrada.

[editar]Sobre sua origem

Ganesha, ou Gandhi, é filho de Shiva e Parvati. Shiva é o Deus criador do Yoga; vivia nas montanhas dos Himalaias e raramente visitava sua esposa Parvati. Shiva e Parvati abraçados são a representação do Tantra. Os Puranas dizem que a relação sexual durava milênios, mas Shiva não ejaculava, tinha completo domínio (Vama Tantra) e, portanto, Shiva não tinha filhos. Parvati gostava de se preparar para receber Shiva, mas todos os guardiões falhavam quando se tratava de Shiva, assim Parvati resolveu ter o seu próprio filho e guardião; retirou de si o material e deu vida à criança. Gandhi/Ganesha aprendeu a lutar bravamente e se tornou o guardião de seus aposentos. Um dia, Shiva chegou e quis entrar; Ganesha bloqueou sua entrada. Shiva não aceitou ser impedido de entrar e ordenou que seus guardas lutassem, e Ganesha venceu todo o seu exército. Então, Shiva lutou até decapitar Ganesha/Gandhi. Parvati chorou muito e pediu a Shiva que devolvesse a vida a seu filho; Shiva alegou que ele não podia ser seu filho; realmente, ele era somente filho de Parvati - a matéria mortal. Shiva ordenou a seus soldados que rumassem para o norte e trouxessem a primeira cabeça de um ser vivo que encontrassem; encontraram um elefante. Shiva colocou a cabeça de elefante sobre o corpo do menino e deu vida a ele. Parvati exigiu que Gandhi/Ganesha fosse o primeiro a ser reverenciado em todos os rituais. Ganesha passou a ser filho também de Shiva e se tornou um Deus.

[editar]Significado de sua origem

Como todas as lendas encerram um significado maior, é possível desdobrar a simbologia da história de Ganesha. Primeiro contam osPuranas que Ganesha tem um corpo físico “criado” por Parvati, símbolo da matéria perecível, ou seja, é humano. Mostra que ele não conhece o pai - Shiva, a realidade suprema. Quando Parvati solicita sua proteção ele a obedece incondicionalmente (cuida da matéria, é apegado a ela). Quando seu pai chega, luta com ele (não quer perder a individualidade), não o reconhece, mas luta com bravura, quer cumprir o seu dever. O pai admira sua coragem, mas não podendo deixá-lo vencer, corta a sua cabeça (o ego, a mente, a arrogância) e ele morre. Parvati, zangada com a morte do filho, mostra a matéria não querendo perder seu “nome e forma”. Shiva coloca uma nova cabeça no filho, que renasce pelas mãos de Shiva, nasce do supremo. Parvati fica contente com as promessas de Shiva de que seu filho será reverenciado no início de todos os rituais e cerimônias e antes de qualquer empreendimento, mostrando que a perda da individualidade é o ganho do absoluto, da plenitude. O sábio vence todos os desafios, luta com bravura, remove todos os obstáculos e depois morre, perde a cabeça para ganhar uma nova dada por Shiva, o absoluto.

[editar]Simbologia

Representação das quatro principais castas do hinduísmo em torno do deus Ganesha.
Gandhi/Ganesha tem uma enorme cabeça de elefante, imensa para um corpo de menino, indicando sua capacidade intelectual e a firme dedicação ao estudo das escrituras. Ganesha é o Sábio. Gandhi tem na fronte o Vibhuti e um pequeno tridente indicando que é filho de Shiva - o Senhor da disciplina e da aniquilação da ignorância; indica, também, que o sábio tem sempre em mente o Ser Supremo.
As enormes orelhas e a cabeça de elefante representam os dois primeiros passos para a auto-realização - “Sravanam”, escutar o ensinamento e “Mananam”, refletir sobre ele. A tromba representa “Viveka”, a capacidade de discriminação entre Nitya, o eterno e ilimitado, e Anitya, o não eterno. O intelecto do homem comum está sempre preso entre os pares de opostos (as presas), o Sábio não é mais afetado por esses pares de opostos (frio-calor, prazer-dor, alegria-tristeza,etc) tendo atingido um estado de equanimidade, representado por uma das presas, quebrada. O Sábio nunca esquece sua verdadeira natureza (memória de elefante).
A barriga enorme representa sua capacidade de engolir, digerir e assimilar todos os obstáculos, assim como o ensinamento escutado. O ratinho que fica aos seus pés simboliza o Ego e seus desejos com sua voracidade e cobiça, frequentemente roubando mais do que pode comer e estocando mais do que pode lembrar. O Sábio tem o desejo sob total controle, por isso o ratinho olha para cima e aguarda sua permissão para comer os objetos dos sentidos. No dia de Ganesha é aconselhavel não olhar para a lua, pois contam os puranas que a lua riu de Ganesha voando pelo céu em seu veículo, o ratinho (corpo). A lua representa o ignorante rindo do sábio. Esta imagem representa o Sábio tentando passar sua sabedoria infinita através de seus equipamentos finitos (corpo e mente).
Ganesha possui quatro braços que são utilizados na ação de destruir os obstáculos:
A mão superior direita carrega uma machadinha - Ishvara na forma de Ganesha (senhor dos obstáculos) decepa os apegos aos objetos como fonte de felicidade, e a falsa identificação com o corpo elimina os obstáculos para que possamos ter uma mente tranqüila e possibilitar o conhecimento.
A mão superior esquerda leva um laço e ou um lotus - com o laço ele prende a atenção na verdade, na realidade suprema, ou seja, no Eu absoluto. O Lotus é a natureza pura, absoluta e imaculada.
A mão inferior direita abençõa com Abhãya Mudrã - Estra mudrã abençoa com prosperidade e destemor. Frequentemente encontramos um Japa-mala, mostrando que esta prosperidade está na forma de Japa (repetição de um mantra), a mais eficaz técnica de preparação da mente.
A mão inferior esquerda oferece Modaka - Modaka é um doce de leite e arroz tostado que representa a satisfação, a plenitude que se alcança com um caminho de disciplina e autoconhecimento.

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