terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Salomé

Neta de Herodes, o Grande, Salomé era filha de Herodes Filipe e Herodias, tendo sido criada na corte do tio, Herodes Antipas. No Novo Testamento ela é apontada como responsável pela execução de João Baptista.

Biografia

Praticamente não há fontes históricas sobre essa personagem, de tal sorte que a referência mais substancial sobre ela continuam sendo os Evangelhos.
Nos relatos de Mateus (14, 1-11) e Marcos (6,17-28), que em muito se assemelham, descreve-se uma festa no palácio de Herodes Antipas, na qual Salomé, sobrinha e enteada do Tetrarca, dança para ele. Entusiasmado com o espetáculo, Antipas (provavelmente embriagado) compromete-se a lhe dar a recompensa que ela houver por bem pedir.
É quando intervém Herodias, mãe de Salomé. Ela odeia João Batista, então preso nas masmorras do palácio, porque ele a acusa de adultério, por ter deixado seu esposo, Herodes Filipe, para juntar-se ao irmão dele, Antipas.
Herodias instrui a filha para que peça a cabeça do profeta e ela assim o faz. Ao Tetrarca, que empenhara sua palavra, não resta outro recurso senão atender à exigência da sobrinha, ainda que isso o constranja, pois receia as consequências dessa decisão, haja vista o prestígio de João junto ao povo.

Aliás, este é o motivo que Josefo apresenta quando trata da prisão do Batista ("Antiguidades Judaicas"). É o receio de que a crescente popularidade de João, no seio dos humildes, sobretudo os camponeses, possa conduzir a uma sublevação popular, que leva o Tetrarca a adotar uma medida preventiva, mandando prender o profeta.
Cumpre destacar que, ao tratar da prisão de João Batista, Josefo não faz qualquer referência a Salomé ou ao banquete onde, segundo os Evangelhos, se teria decretado sua execução.
A história de Salomé, como é contada pelos evangelistas, tem sido objeto de inspiração para vários escritores de ficção, dentre os quais, o argentino Vargas Vila e o irlandês Oscar Wilde.
Cquote1.svg (...) Por que não me olhas, Iocanaan? Teus olhos, que eram terríveis, tão cheios de ódio e escárnio, estão fechados agora. Por que estão fechados? Abre-os! Ergue as pálpebras, Iocanaan! Por que não me olhas? Estás com medo de mim, Iocanaan, e por isso não me olhas? E a tua língua, que era como uma serpente vermelha expelindo veneno, não se move mais, nada diz agora, Iocanaan, aquela víbora vermelha que cuspilhava veneno contra mim? É estranho, não? Como é que a víbora vermelha já não se move?... Consideraste-me ninguém, Iocanaan. Desprezaste-me. Pronunciaste ignóbeis palavras contra mim. Trataste-me como uma meretriz, uma dissoluta, a mim, Salomé, filha de Herodíade, princesa da Judéia! Bem, Iocanaan, eu estou viva; mas tu estás morto e tua cabeça me pertence (...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário