sexta-feira, 11 de março de 2011

Historia do Livro de Eli



Num futuro não muito distante, cerca de 30 anos após o término da guerra, um homem solitário cruza a paisagem devastada da América do Norte. Cidades abandonadas, viadutos destruídos, crateras no solo — ao seu redor, as marcas da destruição catastrófica. Não há civilização aqui, nem lei. As estradas pertencem a gangues que matariam um homem pelos seus sapatos, por um gole d’água… ou simplesmente por nada.
Mas eles nem se comparam a este andarilho.
Um guerreiro, não por opção, mas por necessidade, Eli (Denzel Washington) só quer viver em paz, porém, se desafiado, ele destroçará seus agressores antes que eles se deem conta de seu erro fatal. Não é sua própria vida que ele guarda tão ferozmente, e sim sua esperança de um futuro para a humanidade; uma esperança que ele nutre e protege há 30 anos e que está determinado a ver concretizada. Movido pelo seu compromisso e guiado pela crença em algo muito maior do que ele, Eli faz o que é preciso para sobreviver — e seguir adiante.
Somente um homem nesse mundo arruinado compreende a força que Eli possui e está determinado a se apoderar dela: Carnegie (Gary Oldman), o autoproclamado déspota de uma cidadela improvisada de ladrões e pistoleiros. Enquanto isso, a filha adotiva de Carnegie, Solara, (Mila Kunis) fica fascinada por Eli por outro motivo: ele lhe oferece a possibilidade de vislumbrar o que pode existir além dos domínios do padrasto dela.
Entretanto, não será fácil para nenhum dos dois detê-lo. Nada nem ninguém pode se intrometer em seu caminho. Eli precisa seguir adiante para cumprir com o seu destino e prestar ajuda a uma humanidade devastada.











 
“Um dia, eu ouvi uma voz, como se viesse de dentro de mim.
Ela me guiou até um local… Eu achei este livro, enterrado sob os escombros…
E a voz me mandou levá-lo para o oeste.”
“O que nos agradou na história foi o fato de ser uma aventura de ação, mas que também tinha algo a dizer acerca de compromisso, sacrifício, sobrevivência e da natureza humana”, explica Allen Hughes, que, juntamente com seu irmão gêmeo, Albert, dirige 'O Livro de Eli'. É o quinto longa-metragem da dupla, que fez sua auspiciosa estreia, aos 20 anos, com o poderoso e aclamado drama sobre a violência urbana, Perigo Para a Sociedade (Menace II Society).
Segundo Albert Hughes: “'O Livro de Eli' nos leva a um futuro dizimado — seja pela guerra, por catástrofes nucleares ou naturais, ou por uma combinação de eventos, não importa. A devastação é de tamanha proporção que nos leva a especular acerca de como o mundo seria e como as pessoas viveriam se toda a civilização desaparecesse da face da terra e o homem fosse obrigado a viver como em eras primitivas. Seria um mundo sem lei. Entretanto, com o tempo, alguns bravos indivíduos resgatariam o sentido de propósito e assumiriam o papel de líderes.”
Eli é um desses poucos, pois numa época em que as pessoas ou caçam ou são caçadas, ele ousa ser um homem livre, comprometido unicamente com a crença no que ele faz e na sua determinação de chegar ao seu objetivo. Mas o preço que ele paga por seguir a sua consciência é duro. Sem descanso, sem casa… quase todos os dias trazem novos perigos e outra batalha contras as forças o que arrastariam – assim como o pouco que resta à sociedade – para um abismo ainda mais profundo.
Denzel Washington ficou tão impressionado com a história que, quando foi sondado inicialmente para o papel-título, ele também acabou assinando como produtor. “Trata-se de uma jornada inacreditável”, ele reconhece. “Eli é um homem numa missão de grande importância, há muito tempo. Quando o conhecemos, ele já está quase no final, mas ainda terá pela frente as suas maiores provações.”
Exatamente quem é Eli — de onde ele vem e para onde vai — permanece, por boa parte do tempo, e propositalmente, um mistério. Segundo Allen Hughes, “um personagem como Eli, o enigmático guerreiro solitário é quase mítico. Sabemos que há por trás dele uma história rica, mas que não é inteiramente revelada, e Denzel procurou, intencionalmente, fazer pequenas coisas que lançassem um pouco de luz sobre o seu passado sem revelar demais. Uma das ideias foi dar a Eli uma cicatriz de queimadura nas costas, como uma marca do apocalipse ao qual ele sobreviveu. Ele era ótimo em criar esse tipo de detalhe que contribuía para tornar Eli ainda mais misterioso.”
“Denzel mergulhou realmente fundo no filme, levando-o muito além da descarga de adrenalina das cenas de ação”, observa o produtor Broderick Johnson. “O desempenho dele faz com que você queira caminhar com ele e se emocione com a jornada de Eli e os obstáculos que ele encontra no caminho.”
“Um dos temas do filme”, acrescenta o sócio de longa data de Johnson, o produtor Andrew A. Kosove, “é sobre acreditar que você pode fazer algo que deve ser feito e ir até o final. Eli tem um caminho duro, literalmente, mas acredita que chegará ao seu destino. A sua fé o leva a seguir adiante.”
Entretanto, se as convicções de Eli mantêm seu foco, é a sua sagacidade e reflexos rápidos que o mantêm vivo.
O produtor Joel Silver, o motor por trás de alguns dos filmes de ação mais memoráveis de Hollywood, comenta acerca da dupla natureza do personagem. “Ele tem uma missão a cumprir. Se as pessoas procurarem desviá-lo ou impedi-lo de chegar ao seu objetivo por qualquer razão, ele, simplesmente, fará o que for necessário para passar por elas e seguir adiante. Eu acho que ficamos inclinados a perdoar todos os seus atos porque, no fundo, ele é um homem íntegro e pacífico, e sua missão é a coisa mais importante do mundo para ele.”
“Em parte, o que torna Eli heróico é seu foco no futuro. Ele está sempre caminhando em frente”, comenta o produtor David Valdes. “Eu sou o maior cinéfilo do mundo. Eu adoro o duelo clássico entre o bem e o mal e, sobretudo, ver um herói que acredita no futuro tanto quanto o Eli acredita. É uma lição de esperança.”
Um dos obstáculos mais terríveis de Eli é um sujeito chamado Carnegie. Assim como Eli, ele é um dos poucos e raros sobreviventes “de outros tempos” e carrega o peso de se lembrar de como o mundo era. “Há uma fala no filme, em que Eli explica: ‘Hoje, as pessoas se matam por coisas que nós costumávamos jogar fora’, e ele se refere a coisas básicas como sabonete e fósforos, que se tornaram produtos raros e valiosos”, revela Albert Hughes.
Ao contrário de Eli, Carnegie passou os últimos 30 anos da sua vida acumulando um império tosco em meio às ruínas de uma cidade abandonada e seu gosto pelo poder só fez crescer. Ele está acostumado a ter o que quer, e o que ele quer agora é um livro que Eli leva em sua mochila — uma Bíblia, tida como o último exemplar que existe no mundo.


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“Há uma troca dinâmica entre esses dois homens totalmente opostos. Eles querem a mesma coisa, mas por motivos completamente diferentes, e ambos estão igualmente determinados a jamais desistir”, afirma Silver.
Como cineasta, Washington contribuiu significativamente para o desenvolvimento do rival de Eli. “Denzel começou a delinear o personagem de Carnegie, ainda na fase de pré-produção, dizendo, ‘O bom sujeito será tão bom, quanto o mau, for mau”, relembra Allen Hughes. “Nós discutimos se Carnegie era um verdadeiro vilão ou apenas um homem vivendo em tempos desesperados que faz maldades para cumprir um objetivo. Com ele, nada é preto ou branco, e sim, cinza. Os resquícios da sua humanidade só o tornam ainda mais imprevisível.”
Washington e os irmãos Hughes concordaram que o ator para interpretar Carnegie teria de ser um contraponto extraordinário para Eli e sua escolha recaiu sobre Gary Oldman. Segundo Washington: “Como ator, Gary é um campeão e eu queria ‘boxear’ com o melhor.”
Albert Hughes também cita o senso de humor ferino de Oldman: “Ele e Denzel introduziram leveza em alguns dos momentos mais tensos do filme. É uma história séria, mas definitivamente não é morna, sobretudo quando esses dois se enfrentam.”
“Eu sempre adorei as batalhas clássicas”, afirma Johnson. “E quando Denzel Washington enfrenta um adversário na tela, eu sei que será um filme do qual vou gostar.”
“Carnegie é, basicamente, um ditador”, define Oldman. “Ele construiu uma cidade através da violência e do controle de um bem incrivelmente precioso — água potável — porque ele se lembra de onde encontrá-la. Mas ele também é inteligente e tem uma filosofia. Carnegie conhece o livro que Eli leva carrega e sabe do que ele é capaz de fazer porque ele é parte da sua própria história e infância. Ele tem estado à sua procura há muitos anos. Os dois homens compartilham uma mesma obsessão com relação ao livro, embora um tenha motivações pra o bem e o outro, para o mal.”
Uma questão essencial levantada pelo enredo é o que contribui à construção de uma civilização. Embora Eli acredite que a Bíblia servirá como base para uma nova sociedade com justiça e igualdade, uma chance de se recomeçar e evitar os erros do passado, Carnegie encara o livro sagrado como um meio de controlar as pessoas e estender seu domínio. Os dois podem concordar no poder inerente das palavras entre a encadernação desta brochura, mas possuem visões diametralmente opostas de com o poder deve ser usado.
Carnegie não terá pudor em eliminar Eli, entretanto, ao mesmo tempo, é inevitável que se sinta intrigado por este homem extraordinário que ousa enfrentá-lo, ao contrário dos brutamontes analfabetos que trabalham para ele ou das almas perdidas que vagam pela paisagem árida. É como se ele tivesse encontrado, afinal, um rival à sua altura e, por isso, ele se dá ao direito de saborear o momento. “Eli tem uma presença poderosa. Ele é firme, obstinado e contido”, acrescenta Oldman. “Carnegie nunca conheceu ninguém como ele.”
“Eli não se renderá e Carnegie não aceitará uma resposta negativa”, conta Washington, “Carnegie o desafia em todos os níveis. Torna-se um grande teste de forças.”
“Denzel realmente se superou neste filme”, afirma Allen Hughes. “Ele tinha muitas cenas fisicamente desafiadoras e nós não usamos truques de edição para fazer com que ele ficasse bem na fita. Ele fazia, ele mesmo, a cena do início ao fim, e se saiu muito bem. Foi fantástico.”
Sob a orientação do instrutor e praticante de artes marciais, Dan Inosanto, ex-pupilo de Bruce Lee, Imada submeteu Washington ao que ele chamou de “imersão total”. Para Washington, foi uma grande oportunidade. “Eu tive a sorte de trabalhar com gênios como Jeff e com Danny, um dos maiores mestres das artes marciais. Foi um desafio muito divertido treinar com eles no dojo e eu tenho o maior respeito pelo que eles fazem. Juntos, nós criamos um estilo de luta para o Eli que é uma combinação das habilidades que ele teria desenvolvido, a duras penas, ao longo do caminho.”
“Denzel também aprendeu a manusear a espada como se fosse uma extensão do próprio braço”, conta Albert Hughes. A arma favorita de Eli seria, originalmente, uma espada de Samurai, mas Washington e os irmãos Hughes optaram por uma lâmina menor, um tipo de facão híbrido, algo menos formal e mais adequado à realidade de um andarilho solitário, algo que ele poderia esconder mais facilmente na sua mochila e sacar rapidamente quando fosse necessário.
“Acho que há elementos instintivos da natureza humana com os quais qualquer um pode se identificar. A nossa esperança é que os espectadores sintam uma ligação emocional com esses personagens e saiam dos cinemas com uma sensação que perdure”, afirma Albert Hughes.
“O que nós gostaríamos de passar ao público espectador de 'O Livro de Eli'”, acrescenta Allen, “é um apreço pela vida e o quanto ela é preciosa. A história aborda os temas universais da fé, do compromisso, sacrifício e, em última análise, esperança. Esses foram os elementos que nos atraíram, originalmente, e nós procuramos lhes fazer justiça.”

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