terça-feira, 20 de setembro de 2011

Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse Os dois primeiros cavaleiros do Apocalipse


Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse

Os dois primeiros cavaleiros do Apocalipse
1º Selo (6.2): Cavalo Branco

E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer.

O primeiro selo possui paralelo com Zacarias 1.7-17 e 6.1-8 que tratam do simbolismo dos quatro cavalos. Nas Escrituras, o cavalo é símbolo de força, poder e conquistas: O cavalo prepara-se para o dia da batalha (Pv 21.31a). O próprio Deus lembra a Jó a força e capacidade do cavalo para a batalha (Jó 39. 19-25); enquanto o profeta faz referência a velocidade do cavalo para cumprir o que se determina (Is 30.16); ou ainda para expressar a confiança e o poder pessoal (Is 31.1). No livro de Apocalipse o cavalo aparecerá outras três vezes: 9.7; 14.20; 19.11.

As opiniões acerca da identidade deste cavaleiro têm ocupado diversos biblistas, chegando cada um deles a resultados díspares.

O. Boyer, por exemplo, afirma que este selo é símbolo da conquista do evangelho no mundo e, que o cavalo branco, que é figura da santidade, deve representar a força irresistível e veloz de Deus. A. Gilberto assevera que este cavaleiro não pode ser Cristo, porque Cristo é quem abre o selo do versículo 1, do qual sai o cavalo e o cavaleiro do versículo 2. Além disso, Cristo sempre tem em seu cortejo, em sua companhia, melhores agentes do que os mencionados neste capítulo: guerra (vv.3,4); fome (vv.5,6); e peste (vv.7,8).

Isto significa que o primeiro cavaleiro deve ser identificado juntamente com os outros três, isto é, do mesmo tipo. Isto posto, se os outros três cavaleiros são símbolos de destruição e morte, pelos quais Deus executa o seu julgamento, o cavalo branco não pode destoar do conjunto. Assim sendo, o cavalo branco é símbolo de conquistas, o arco  não retesado, isto é, que conservava as flechas na aljava, é símbolo de uma guerra não declarada, do domínio diplomático do Anticristo. Assim, a identidade desse cavaleiro não deve ser confundida com a pessoa de Jesus Cristo.

De acordo com esta corrente de interpretação, o cavalo branco e seu cavaleiro representam o Anticristo em seus primeiros anos de governo político. Nesse período ele se apresentará como se fosse o Messias prometido e enganará a nação eleita. O cavaleiro surgirá provavelmente em um período conturbado no cenário das nações do mundo, proporcionando, através da diplomacia, segurança e paz para os reinos da terra. Facilmente os homens serão seduzidos por suas palavras e lhe entregarão o domínio das nações. A cor branca, segundo certos exegetas, é que impõe dificuldade para admitir a possibilidade de se tratar do Anticristo, pelo fato de a cor ser usada frequentemente para simbolizar a paz e Cristo. Todavia, observamos que o cavalo, símbolo de conquista, representa a conquista do Anticristo, e a cor branca, símbolo de vitória e da paz, representa a vitória e a falsa paz que será imposta pelo Anticristo. O arco representa o domínio do Anticristo através da diplomacia e da guerra fria. A coroa representa o triunfo do Anticristo.

2º Selo (6.3,4): Cavalo Vermelho

E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.

Este segundo selo contrapõe-se ao primeiro. O arco contrasta com a espada. Enquanto o arco e as flechas estão na aljava, este cavaleiro está com uma grande espada nas mão. A paz que o cavaleiro branco traz sobre a terra é temporal e falsa. A função deste cavaleiro, montado sobre o cavalo vermelho é tirar a paz da terra. Tudo aquilo que o primeiro cavaleiro ofereceu aos judeus - reino territorial seguro, paz e protecão para o exercício de sua religião - é completamente destruído pelo segundo cavaleiro. Vermelho é a cor do sangue e geralmente representa a guerra. Nos tempos do apóstolo João, Marte, o planeta vermelho, também era considerado pelos romanos como o deus da guerra.

O cavalo vermelho é símbolo da guerra e do derramamento de sangue que dela advém. A descrição deste selo, no primeiro século da era cristã, deve ter causado bastante impacto entre os crentes daquele período, pois viviam no tempo da Pax Romana, período de paz que atingiu todo o domínio do império romano. Não devemos esquecer da relação deste cavalo vermelho com a profecia de Zacarias 6.2. No tempo da Grande Tribulação a paz diplomática do Anticristo dará espaço para as mais cruéis e sangrentas guerras. Este selo, desencadeará os sofrimentos relacionados aos outros castigos que se seguem.

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