quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Atos dos Apóstolos

s Atos dos Apóstolos (grego: Πράξεις των Αποστόλων, ton praxeis apostolon; Latim: Acta Apostolorum) é o quinto livro do Novo Testamento. Geralmente conhecida apenas como Atos, ele descreve a história da Era Apostólica. O autor é tradicionalmente identificado como Lucas, o Evangelista.
O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs[1]. Lucas provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Somente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume[2]. Isso se deu muito cedo, por volta de 150dC. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos[3].
Escritores do século II e III fizeram várias sugestões para nomear essa obra, como O memorando de Lucas (Tertuliano) e Os atos de todos os apóstolos (Cânon Muratorio).O nome que finalmente iria consagrar-se aparece pela primeira vez no prólogo antimarcionita de Lucas (final do século II[4]) e em Irineu[5]. A palavra Atos denotava um gênero ou subgênero reconhecido, caracterizado por livros que descreviam os grandes feitos de um povo ou de uma cidade[6]. O título segue um costume da literatura helenística, que conhecia os Atos de Anibal, os Atos de Alexandre, entre outros.
O objetivo desse livro é mostrar a ação do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas somente de Pedro e de Paulo. João e Felipe aparecem apenas como um figurantes. Entretanto, não são os atos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho, de Jerusalém até Roma, pela ação do Espírito Santo[7].

Índice

[esconder]

[editar] Data

O cerco e destruição de Jerusalém, por David Roberts (1850). Para os especialistas, a não menção da rebelião judaica e da destruição da cidade ocorrida em 70 dC aponta para uma data anterior ao episódio
A atmosfera cultural e política descrita no livro de Atos sugere que o livro tenha sido escrito no primeiro século[8]. Entretanto, as datas propostas para o livro vão de 62 dC, ano em que ocorre o último acontecimento narrado no livro Atos 28:30, até meados do século II, quando ocorre a primeira referência explícita ao livro de Atos[9]. Para consultar a opinião de vários especialistas veja When was the Book of Acts witten?

[editar] Anterior a 70 dC

Donald Carson, Douglas Moo e Leon Morris datam o livro em 62 dC[10]. Os três especialistas observam que a ausência de qualquer menção à destruição de Jerusalém seria pouco provável se o livro tivesse sido escrito depois de 70 dC. Leon Morris sugeriu que a não menção da morte de Paulo, personagem central do livro, aponta para uma data antes de sua morte, em 64 dC. Além disso, não há referência no livro de Atos da morte de Tiago (62 dC) e de Pedro (67 dC). Howard Marshall observa que Lucas parece não ter lido as cartas de Paulo[11]. Isso torna ainda mais improvável uma data avançada para o livro de Atos, uma vez que as cartas de Paulo circulavam nas igrejas. Outros argumentos que apontam para essa data recente são: (1) a descrição que Lucas faz do judaísmo como uma religião autorizada, uma situação que teria mudado abruptamente com a erupção da rebelião judaica contra Roma em 66 dC; (2) o fato de Lucas omitir qualquer referência à perseguição promovida por Nero, a qual, caso tivesse acontecido enquanto Lucas escrevia certamente teria afetado de alguma maneira a sua narrativa; (3) os detalhes vívidos da narrativa do naufrágio e da viagem (Atos 27:1 - 27), o que sugere uma experiência bem recente[12].

[editar] Entre 80 e 95 dC

Atualmente, a maioria dos estudiosos acredita que Atos foi escrito nos anos 80 dC ou um pouco depois [13]. Um pequeno indicador sobre a possível datação do livro pode estar em Atos 6:9, que menciona a província de Cilícia. Essa Província romana tinha sido perdida em 27 dC e foi restabelecida pelo Imperador Vespasiano apenas em 72 dC[14], o que dataria a obra depois dessa data. Entretanto, uma vez que Paulo era da Cilícia e refere-se a si mesmo utilizando esse nome (veja Atos 21:39 e Atos 22:3), parece natural que o nome da província teria continuado a ser usado entre os seus moradores, apesar do hiato na nomenclatura oficial romana.
Outro argumento para essa datação é o pressuposto de que Atos foi escrito depois do Evangelho de Lucas. Esses estudiosos costumam datar essa obra depois do ano 70 dC baseados em duas suposições: Lucas foi escrito depois da queda de Jerusalém pelos romanos; a outra é que o Evangelho de Marcos, que Lucas provavelmente empregou, deve ser datado em meados dos fins do anos 60 dC. Isso colocaria o livro de Atos em meados de 75 dC[15].

[editar] Uma data no Século II

Hoje em dia poucos eruditos acreditam que Atos é uma obra do século II[16]. Mas o estudiosos que defendem essa hipótese apontam os vários paralelos existentes entre o livro de Atos e as duas mais importantes obras de Flávio Josefo: A Guerra dos Judeus (75-80dc) e Antiguidades Judaicas (94 dC)[17]. Alguns eruditos argumentam que Lucas utilizou material das duas obras de Josefo, ao invés do contrário, o que indicaria que Atos foi escrito por volta do ano 100 dC ou um pouco mais tarde[18][19]. Três pontos de contato principais com as obras de Flávio são citados: (1) As circunstâncias que rodearam a morte de Agripa I em 44 dC. Aqui Atos 12:21-23 é em grande parte paralela à Antiguidades Judaicas 19.8.2; (2) O tribuno romano confunde Paulo com o falso profeta egípcio que iniciou um revolta no Monte das Oliveiras Atos 21:38. Josefo cita essa revolta em A Guerra dos Judeus 2.13.5 e em Antiguidades 20.8.6; (3) As revoltas de Teudas e Judas, o galileu são citados por ambos os autores (Atos 5:36 e Antiguidades 20.5.1).
De acordo com John Townsend, não é antes das últimas décadas do século II que se encontra vestígios indiscutíveis do trabalho [livro de Atos][20]. Townsend, voltando-se para as fontes por trás dos escritos de pseudo-Clementine, argumenta que a data para a composição final da obra está na metade do século II. Entretanto, de acordo com Richard Pervo, o ensaio [de Townsend] é prudente mas metodologicamente aventureiro e em última análise é lição valiosa do perigo de se estabelecer a data de Atos ou de qualquer trabalho, alegando para o mais cedo possível de origem[21].
Os argumentos mais fortes que ajudaram a minar esse ponto de vista foram os vestígios que Donald Guthrie encontrou do livro Atos nas cartas de Policarpo aos Filipenses (110 dC) e em uma carta de Inácio (117 dC)[22]. De acordo com Guthrie, Atos provavelmente era bastante conhecido em Antioquia e Esmirna por volta de 115 dC, e em Roma, perto de 96 dC[23].

[editar] Destinatários

Atos é dirigido a uma pessoa específica, Teófilo. Embora tivesse escrito para alguém específico, muitos acreditam que ele tenha se dirigido a todos os que amam a Deus, uma vez que "Teófilo" significa "aquele que ama a Deus". De qualquer modo, Lucas escreveu Atos para que pudesse ser lido por muitos. Esses leitores tinham familiaridade com o império romano e com a Ásia Menor, mas talvez não com a Palestina, o que explicaria a informação cuidadosamente detalhada de Lucas sobre determinados lugares.
Justamente devido à tradução do nome Teófilo, alguns pensam que esta carta era aberta e não a um indivíduo que se chamava assim. Este livro é importante por mostrar um dos acontecimentos importantes da história do Cristianismo o Concílio de Jerusalém.

[editar] Principais acontecimentos

O Livro de Atos inicia-se com a ascensão de Jesus Cristo, o qual determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos com por uma unção celestial que é descrita nos fatos ocorridos durante o dia de Pentecostes.A escolha do discípulo Matias que foi precedida do suicídio do traidor Judas, nos versículos de 1:16 -20 Pedro fala sobre o campo(Aceldama) que ele adquiriu com as 30 moedas de prata.
Os capítulos seguintes relatam os primeiros momentos da igreja primitiva na Palestina sob a liderança de Pedro, as primeiras conversões de judeus e depois dos gentios, o violento martírio de Estevão por apedrejamento, a conversão do perseguidor Saulo de Tarso (Paulo) que se torna a partir de então um apóstolo, mencionando depois as missões deste pelas regiões orientais do mundo romano, mais precisamente pela Ásia Menor, Grécia e Macedônia, culminando com a sua prisão e julgamento quando retorna para Jerusalém e, finalmente, fala sobre sua viagem para Roma.
Pode-se dizer que do começo até o verso 25 do capítulo 12, o Livro de Atos dá um enfoque maior ao ministério de Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajosamente e realizou muitos milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas regiões da Judéia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
Já a outra metade da obra centraliza-se mais no ministério de Paulo (do capítulo 13 ao final) e poderia ser subdividido em seis partes: 1. A primeira viagem missionária liderada por Paulo e Barnabé; 2. O Concílio de Jerusalém; 3. A terceira viagem missionária de Paulo em que o Evangelho é levado à Europa; 4. A terceira viagem missionária; 5. O julgamento de Paulo; 6. A viagem de Paulo a Roma.
Importante destacar que no livro de Atos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios, principalmente por Paulo.

[editar] Estabelecimento da Igreja

Narra o livro de Atos que, antes de subir aos céus, Jesus determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que recebessem o poder do alto através do Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até os confins da terra.
Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi escolhido o nome de Matias em substituição a Judas Iscariotes que tinha suicidado.
Com a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ocorre uma experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades que estavam presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam reunidos.
Corajosamente, Pedro inicia um discurso explicando o motivo do acontecimento em que três mil pessoas são convertidas para o cristianismo que foram batizados, passando a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
De acordo com os versos 42 a 44 do capítulo 2, os cristãos primitivos tinham todos os seus bens em comum, o que parece ter se mantido por anos na igreja de Jerusalém. Já os versos 32 a 37 do capítulo 4 informam que "ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía" e que os que eram donos de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham necessidades materiais.
Um milagre importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos homens.
Novas prisões dos apóstolos ocorrem no livro de Atos, pois o crescimento da Igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus, conforme é narrado nos versos de 17 a 42 do capítulo 5 da obra. Porém, com o parecer dado pelo rabino Gamaliel, o Sinédrio resolve libertar Pedro e os demais, depois de castigá-los com açoites.
Com o crescimento do número de discípulos, é instituído o cargo de diácono para ajudar nas atividades da Igreja, entre os quais estavam Estevão e Filipe, o Evangelista que muito se destacaram em seus ministérios. Porém, Estevão é preso, conduzido ao Sinédrio e condenado à morte.

[editar] As primeiras perseguições e a expansão da fé cristã

Após o apedrejamento de Estevão, Saulo de Tarso empreende uma grande perseguição à Igreja em Jerusalém, o que dispersou vários discípulos pelas regiões da Judeia e Samaria, chegando também o Evangelho à Fenícia, Chipre e Antioquia.
Algumas obras de Filipe, o Evangelista, são narradas em Atos, entre as quais a sua passagem por Samaria e a conversão de um eunuco etíope na rota comercial de Gaza.
Saulo de Tarso ao tentar empreender novas perseguições, converte-se quando viajava para Damasco e tem uma visão de Jesus, ficando cego por três dias, até ser curado quando se encontra com Ananias.
Depois destes acontecimentos, a Igreja passa por um período de paz. Dois milagres de destaque narrados nesse momento da obra de Lucas são a cura do paralítico Enéias, em Lida, e a ressurreição de Dorcas, na cidade de Jope.
Vimos em Dorcas um exemplo de alguém que se doou para que a Igreja nascente tivesse razão social de ser, além de razão espiritual convincente. Se a Igreja manifestava Jesus Cristo como aquele capaz de conduzir o homem a Deus pelo seu grande amor e doação pelos seres humanos, Deus usava seres humanos como Dorcas para manifestar o seu grande amor aos demais seres humanos numa dimensão horizontal. Foi assim que, morrendo Dorcas, a Tabita querida, Deus pode e quis ressuscitá-la pelo seu grande poder e amor diante do clamor dos que foram por ela favorecidos - toda a comunidade jopeana.

[editar] O Evangelho chega aos gentios

Narra o capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho na casa de um centurião romano de Cesaréia chamado Cornélio, o qual se converte juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois batizados.
Por este motivo, Pedro é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem.
O rei Herodes Agripa I prende a Tiago, irmão de João, chegando a matá-lo. Depois prende a Pedro, mas este é milagrosamente liberto pela ajuda de um anjo. E também é através de um anjo que Herodes é morto comido por vermes.

[editar] A primeira viagem missionária de Paulo

Depois de ter sido um feroz perseguidor da Igreja, Paulo passa a congregar na igreja de Antioquia, na Síria, e inicia suas viagens missionárias pelo mundo romano, das quais três são relatadas no livro de Atos.
Entre os anos de 48 a 50 da era comum, em sua primeira expedição evangelizadora, na companhia de Barnabé, Paulo parte de Antioquia e vai para a ilha de Chipre. Lá pregam na cidade de Salamina, desafiando o poder de um feiticeiro que enganava a população. Ao sair de Pafos, São Marcos deixa o grupo e retorna para Jerusalém. Paulo e Barnabé prosseguem navegando para Perge na província romana da Panfília e, por terra, vão à Antioquia da Pisídia, na Pisídia, prosseguindo depois para Icônio, Listra e Derbe, cidades da Galácia, pregando tanto em sinagogas aos judeus e aos gentios.
Devido à cura de um paralítico de nascença, Paulo e Barnabé são aclamados como encarnações de deuses greco-romanos pelos cidadãos supersticiosos de Listra e precisaram impedir as multidões de lhes oferecer sacrifícios. Depois disto, foi apedrejado, mas sobreviveu.
Ao pregarem em Derbe e fazer discípulos retornam para Antioquia, promovendo nas novas igrejas as eleições dos seus presbíteros, deixando-lhes recomendações.

[editar] Concílio de Jerusalém

A notícia de conversão dos gentios gerou impactos dentro da Igreja, visto que alguns judeus da seita dos fariseus impunham a circuncisão aos novos cristãos.
Tendo a Igreja se reunido em Jerusalém, com a presença dos apóstolos, ficou decidido que os gentios convertidos não deveriam ser incomodados com a observância de detalhes da lei mosaica, mas apenas que se abstivessem da idolatria, das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.

[editar] A segunda viagem missionária de Paulo

A segunda viagem missionária de Paulo ocorre entre os anos de 51 a 53 da era comum, em que depois de percorrer por terra algumas regiões da Ásia Menor, Paulo recebe um aviso em uma visão sobrenatural em Trôade para atravessar para a Europa e pregar nas cidades da Macedônia e da Acaia.
Nesta segunda expedição, Paulo é acompanhado por Silas e anuncia o Evangelho também em Neápolis, Filipos, Anfípolis, Apolônia, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto, de onde retornam para à Ásia Menor, desembarcando em Éfeso. Porém, desde que atravessou a província da Galácia, Timóteo havía juntado-se ao grupo, tornando-se um outro importante colaborador do apóstolo.
Em Filipos, Paulo é preso após ter libertado de uma possessão demoníaca uma escrava que fazia adivinhações, porém é milagrosamente libertado à noite através de um terremoto.
Na cidade de Atenas, Paulo faz um discurso no Areópago, na colina de Marte, mas poucos se convertem.
É na cidade de Corinto que Paulo funda uma importante igreja, onde é ajudado por um casal de judeus, Áquila e Priscila que também lhe ajudam até Éfeso.
De Éfeso, Paulo navega então para Cesaréia, apresentando-se em seguida para a igreja de Jerusalém.
Durante a sua segunda viagem missionária Paulo escreveu duas Epístolas: I Tessalonicenses, escrita de Corinto, 52 A.D. II Tessalonicenses, escrita de Corinto, 53 A.D.

[editar] A terceira viagem missionária de Paulo

A terceira viagem missionária de Paulo ocorre entre os anos de 54 a 57 da era comum e teve por objetivo fortalecer os discípulos nas novas igrejas na Ásia Menor e Grécia.
Tal como nas missões anteriores, Paulo sempre parte da igreja onde congregava em Antioquia, de onde segue por terra até Éfeso, passando por Tarso, Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia.
Nesta expedição, Paulo dá mais atenção à igreja de Éfeso onde acontecem milagres e o apóstolo sofre a oposição dos ourives que lucravam fabricando imagens da deusa Diana (mitologia), provocando um grande tumulto na cidade.
Após a confusão, Paulo segue para a Macedônia e Acaia onde visita as igrejas.
De volta à Ásia, Paulo reúne-se com a igreja de Trôade, ocasião em que é presenciado um milagre de ressurreição de um jovem que havía despencado da janela do terceiro andar ao adormecer durante o prolongado discurso proferido por Paulo.
Ao desembarcar em Mileto, Paulo tem um comovente encontro com os presbíteros da igreja de Éfeso.
Deixando Mileto, Paulo passa por Tiro e Cesaréia, indo novamente apresentar-se em Jerusalém, sabendo que lá iria ser preso.

[editar] A prisão de Paulo

Em sua estadia em Jerusalém, após ter regressado de sua terceira viagem missionária, Paulo é detido pelos judeus quando se encontrava no templo cumprindo seu voto.
Devido à confusão que foi formada na ocasião da prisão de Paulo, as autoridades romanas em Jerusalém intervieram, evitando que o apóstolo fosse morto.
Invocando sua cidadania romana, Paulo obtém algumas proteções enquanto permanecia em custódia aguardando julgamento, o que motivou a sua transferência para Cesaréia, sob os cuidados de Félix, governador da Judéia, perante o qual foi acusado pelos judeus de ter causado inquietação política e profanação do templo.
Com dificuldades para decidir sobre o caso de Paulo, Félix o mantém em custódia por dois anos até ser substituído por Festo que, ao fazer um acordo com os judeus, promete encaminhar o apóstolo para ser julgado em Jerusalém.
Não concordando que o seu julgamento fosse realizado em Jerusalém, Paulo interpõe um apelo para impedir tal determinação e, devido ao seu requerimento, consegue pelas leis romanas que o seu caso fosse apreciado pelo imperador em Roma. Isto porque a legislação da época permitira que um cidadão romano que não se entiss tratado com justiça pudesse apelar para o imperador nos casos em que a pessoa jamais tivesse sido condenada por um tribunal inferior e a acusação não se tratasse de crimes comuns.
Enquanto esteve sob a custódia de Festo, o caso de Paulo chegou a ser submetido ao rei Herodes Agripa II, porém depois de seu apelo ao imperador. Agripa não encontrou em Paulo nenhum motivo para ser condenado, contudo de nada adiantou o seu parecer.

[editar] A viagem de Paulo a Roma

A viagem de Paulo a Roma ocorre entre os anos de 59 e 60 da era comum em que o apóstolo atua como um verdadeiro missionário junto aos criminosos que estavam sendo transportados no navio.
A viagem foi turbulenta, tornando-se perigosa depois que o navio já se encontrava em Creta, quando todos foram surpreendidos por um forte tufão quando navegavam pelo lado sul da ilha.
Enfrentando uma longa tormenta, o navio afastou-se de Creta vindo a naufragar em Malta, onde Paulo permaneceu por três meses em terra curando os enfermos da ilha. Em Malta, tem-se o relato de mais um milagre ocorrido quando Paulo é picado por uma serpente e sobrevive sem sentir nenhum efeito do veneno da víbora.
Depois disto, Paulo chega a Roma sendo muito bem recebido na cidade onde passa a aguardar o seu julgamento em custódia domiciliar, por dois anos, pagando por sua própria conta o aluguel de uma residência. Ali recebe vários judeus e lhes anuncia o Evangelho, entre os quais alguns crêem e outros não.

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