segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Algumas Evidências de uma Nova Era Satânica

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Citação-chave: "Os tempos mudaram. Líderes religiosos não pregam mais que nossos atos naturais são pecaminosos. Nós não achamos mais que sexo é algo sujo – ou que nos orgulharmos de nós mesmos é algo vergonhoso – ou que desejar algo que outra pessoa possui é errado.” (...) Quando um potro atinge a maturidade se torna um cavalo; quando o gelo derrete é chamado de água; quando o período de doze meses chega ao fim nós seguimos um novo calendário correspondente a este novo período cronológico; quando a “magia” se torna um fato científico nós a chamamos de medicina, astronomia, etc. Quando um nome não é mais apropriado para designar determinada coisa é apenas lógico mudar para um novo que seja mais conveniente. Então por que não seguir a lógica quando o assunto é religião? (...) Por que não ter uma religião baseada na indulgência? Certamente é muito mais condizente com a natureza da besta. Nós não somos mais fracos suplicantes, tremendo de medo diante de um “Deus” impiedoso que não se importa se vivemos ou morremos. Nós somos pessoas com respeito próprio e orgulhosas de nós mesmas – nós somos Satanistas!"
Considerações:
Esta capítulo é mais longo do que os dois anteriores dedicados a denúncia das religiões tradicionais como hipócritas e auto-destruidoras. Por sua vez este capítulo começa a oferecer o satanismo como uma alternativa real para satisfazer as necessidades humanas. Ele se inicia fazendo uma abordagem revolucionaria dos Pecados Capitais. “Capitais”, à título de informação, vem do latim caput, “cabeça”, ou seja, os pecados capitais seriam aqueles que supostamente encabeçariam todos os outros pecados conseqüentes. Estas sete graves faltas só foram listadas sob os auspícios do Papa Gregório Magno, no século VI.
LaVey sugere que os Pecados Capitais são na verdade os instintos humanos naturais e nada tem de pecaminosos. Que se traram de necessidades humanas inegáveis cuidadosamente identificadas pelo cristianismo para garantir que todo ser humano seja inevitavelmente um pecador e que portanto não tem escolha senão implorar o perdão de Deus, garantindo assim o poderio da Igreja sobre as pessoas por séculos a fio. Como se o Pecado Original já não bastasse para sujar condição humana, agora o simples fato de estar acordado já serviria para completar o trabalho. E ai dos preguiçosos que preferissem ficar na cama para evitar este problema!

Por sua vez LaVey declara que todos estes pecados capitais são o comportamento humano natural e que deveriam ao contrário ser considerados virtudes. Esta visão é muito semelhante a apresentada por Ayn Rand em Atlas Shrugged: “Qual é a natureza da culpa que seus professores chamam de Pecado Original? Qual é o mal que o homem adquire quando cai do estado que eles consideravam perfeito? Seus mitos declaram que ele mordeu o fruto do conhecimento - que ele adquiriu uma mente e se tornou racional. É adquiriu o conhecimento do bem e do mal, tornou-se um ser moral. E ele foi sentenciado a ganhar o próprio pão com seu trabalho e se tornar um ser produtivo. Ele foi ainda sentenciado a experimentar o desejo e adquiriu capacidade do desfrute sexual. Oras, o mal que ele adquiriu foi a razão, a moralidade, a criatividade e o prazer - valores cardeais da existência.”

O próximo alvo da B[íblia Satânica é até então intocável, Regra de Ouro: Faça aos outros o que gostaria que fizessem com você. LaVey demonstra que dar a outra face é uma estratégia fadada ao fracasso.  Segundo matéria publicada na  Revista Época nº 362, por Tânia Nogueira um estudo feito do professor Dominique de Quervain, da Universidade de Zurique, mostra que quando uma pessoa pune alguém há um aumento de fluxo-sanguíneo no estriado dorsal. Essa região, também conhecida como cérebro reptiliano, é uma das mais antigas na história da evolução de nossa espécie e nela se localiza uma série de sensações ligadas a satisfação de necessidades básicas, corrigir uma injustiça daria prazer, assim como matar a fome. (...) A vingança serve para coibir atos indesejados. Isso aumenta as chances de sobrevivência do grupo, explica Paulo Henrique Bertolucci, chefe do setor de Neurologia do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo. Pagar com a mesma moeda pode parecer primário mas era a base da justiça dos homens. Veja-se a lei de talião, do código de hamurabi, da Babilonia, no século XVIII a.c, que pregava o olho por olho, dente por dente. Mesmo assim o estado ainda hoje não consegue legislar sobre a vida privada. Entre amigos e inimigos, a vingança pessoal ainda é a lei.  Contudo, o fato de uma região mais primitiva do cérebro ser acionada num primeiro momento não significa que a vingança é um ato inteiramente impensado. "O estriado dorsal está subordinado as estruturas mais evoluídas do cérebro", diz Bertolucci. "O córtex frontal é que decide entre o certo e o errado." por maior que seja a fome de vingança, seres racionais sabem que tem de pesar prós e contras de suas atitudes para não cometer atos dos quais podem se arrepender.

A lógica da reciprocidade é bem simples, e já foi inclusive comprovada em laboratórios. Programas computadorizados, que reproduzem o algoritmo evolucionário simulando formas de vida que tentam sobreviver e se reproduzir revelaram que os vencedores após milhares de gerações são sempre aqueles que, depois de uma primeira rodada apostando na cooperação, retribuí na próxima rodada generosidade com cooperação e exploração com vingança. Este script simples evita-se que o ente seja injustiçados duas vezes, se protegendo e se defendendo ao mesmo tempo que permite manter alianças com aqueles suficientemente colaborativos. Essa programação natural pode parecer ‘corrupta’ para uma mentalidade que estimula a aceitação passiva de agressões e injustiças e cruel para os organismos que depois de iniciar o conflito são por ela eliminados. Corrupto e cruel guarde estas palavras.

O fato é que a reciprocidade é extremamente bem sucedida em termos evolucionários, por mais que as religiões da luz branca tentem apagá-la. Mas além dela o ser humano graças ao seu desenvolvimento intelectual pode inclusive superar este script básico de sucesso. Enquanto serem racionais temos a chance única de analisar o contexto de cada interação com o ambiente e perceber quando uma vingança pode ser prejudicial e quando uma colaboração pode não ser benéfica, nos tornamos assim como diz LaVey, o animal mais “corrupto e cruel de todos”.

Nem sempre é benéfico para um soldado responder a altura um general, e nem sempre dar uma esmola a um mendigo será recompensador. Assim, mesmo a reciprocidade deve passar pelo crivo da razão, e mesmo a nossa ‘lei de ouro’ não vale mais do que uma moeda de prata se comparada à mente e juízo pessoal de um Satanista.
O capítulo continua, dessa vez mostrando como os próprios religiosos tiveram que reinterpretar seus livros sagrados frente a esse estranho novo espírtio que acordou nos anos 60. LaVey demonsra como gradualmente os sacerdotes se tornam mais indulgentes com os desejos humanos. E de fato, foi em 1959 que o Papa fez, pela primeira vez, o uso da palavra “aggiornamento”: adaptação. Isso refletia uma necessidade que ficaria cada vez mais evidente até o II Concilio do Vaticano em 1962-1965. O assunto oficial do concilio ficou bem claro na encíclica inaugural Ad Petri cathedran: “a renovação da vida cristã e a adaptação da disciplina eclesiástica às exigências da época presente”. Este período iniciaria na Igreja Católica o processo de adaptação ao mundo que já estava em andamento nas igreja protestantes desde longa data.

Os cultos neo-pentecostais ainda que sejam uma rentável máquina de alienação popular já representam uma evolução se comparada ao sofrível cristianismo medieval. A controversa Teologia da Prosperidade, já promete a felicidade, a prosperidade e a abundância para agora, não mais para o além. Os rituais possuem apelos cada vez mais emocionais e menos espiritualizados e a cura física é mais aclamada do que a absolvição dos pecados. A Igreja Universal do Reino de Deus é emblemática quanto a isso, pois já fornece tanto a “Terapia do Amor”, onde solitários podem dar vazão a seus anseios e encontrar parceiros, como a “Vigília dos Empresários”, onde homens de negócios se reúnem em busca da abundância material. Ou seja, guardadas as devidas proporções já temos um ritual de Luxúria e um de Compaixão, não temos ainda nenhum rito de Destruição, mas as “Seções de Descarrego” já transformaram o exorcismo num exercício de catarse espetacular, com direito ao medo e a curiosidade de ouvir o “demo” falar na televisão.

Monique Evans surpreendeu ao assumir sua identidade evangélica, e passando a freqüentar os cultos na Igreja Sara Nossa Terra, sem abrir mão do topless e da minissaia. “É possível aceitar Jesus sem ter que mudar nosso jeito de ser. (...) O topless é uma coisa natural em outros países e o importante é que nunca mais me senti sozinha e alguns milagres vêm acontecendo seguidamente em minha vida.” (Fonte: site da apresentadora). A sensualidade evangélica, é de fato, um fenômeno nacional e um destes termos contraditórios que marca o fim da cristandade tal como a conhecíamos neste inicio da Nova Era Satânica. Evangélicas famosas, como Baby do Brasil e Simony já posaram em capas de revistas masculinas, sem serem expulsas ou castigadas pelas Igrejas que freqüentam, na certeza de que “acredito muito em Jesus, e sei que ele nunca vai me julgar.” A cantora Greetchen exempifica muito bem o caso, considerando que fala maravilhas sobre o evangelho em programas de entrevistas, para logo depois estar novamente posando nua para revistas masculinas, incentivando suas filhas a fazerem o mesmo e lançando CD’s com o impagável título, “Piripiri de Jesus”.
Difícil ainda prever nos idos anos 60 o fenômeno do rock cristão que se desenvolveu nas décadas seguintes. Mas aquilo que LaVey conjeturou com escárnio, hoje muitos cristãos celebram com alegria. Nos idos dos anos 80 bandas como Agape, Love Song, Petra, Ressurection Band, e especialmente Stryper revolucionariam a musicalidade nas igrejas criando os primeiros estágios do rock cristão. Estas bandas encarregaram-se de rebelar-se contra preconceitos religiosos e culminaram na formação do White Metal como veículo novo e eficiente para a celebração cristã. Keith Green um dos principais músicos evangélicos internacionais, fundador do ministério “Last Days Ministries”, faz um mea culpa em nome da cristandade atual: "Para ser franco, tenho me sentido tão ofendido pela maioria daquilo que tenho visto e ouvido quanto uma doce vovozinha crente que, acidentalmente, acaba entrando num show de rock evangélico... não é o som que me desagrada, nem mesmo o volume, Deus sabe que não é a letra - é o espírito com que é feito. Trata-se da atitude do tipo "olha para mim!" que tenho presenciado em repetidos programas do gênero e também na síndrome do "será que vocês não percebem que somos tão bons quanto os roqueiros do mundo?", que tenho encontrado repetidamente nos discos evangélicos". Hoje, o espetáculo presente na musicalidade cristã é evidente. Showmissas e Marchas para Jesus unem fiéis e astros gospels para além do rock, todos os ritmos, do funk à lambada, são aceitos pelas congregações cada vez mais liberais, engrandecendo o ego e as contas bancárias daqueles que são justamente conhecidos pelas duas palavras: artistas evangélicos. Palavras estas em evidente ordem de importância.

Por fim, há tempos as Igrejas deixaram de ser os pontos centrais das cidades mesmo que ainda estejam presentes transformadas em pontos turisicos ou sucateadas. Hoje, shoppings, parques e centros de lazer são os destaques que levantam verdadeiros monumentos a indulgência humana. Observando assim o mundo a sua volta LaVey  chega a conclusão de que as antigas crenças  se adaptaram tanto, mudaram tanto que se tornaram obsoletas e que deveriam ser descartadas inteiramente e substituidas por uma religião verdadeiramente compromissada com as necessidades da carne. Satanismo é o nome desta religião;



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