quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Religiões no Brasil

A religião no Brasil é muito diversificada e caracteriza-se pelo sincretismo.
A Constituição prevê a liberdade de religião e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado oficialmente laico,[2] embora muitos grupos tenham reivindicados direitos sociais no Brasil alegando que eles ainda não existem por questões religiosas.[3] A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa, no entanto, a Igreja Católica goza de um estatuto privilegiado[4] e, ocasionalmente, recebe tratamento preferencial.[5]
O Brasil é um país religiosamente diverso, com a tendência de mobilidade entre as religiões. A população brasileira é majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica (70%).[1] Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. No entanto, existem muitas outras denominações religiosas no Brasil. Algumas dessas igrejas são: protestantes, pentecostais, episcopais, metodistas, luteranas e batistas. Há mais de um milhão e meio de espíritas ou kardecistas que seguem a doutrina de Allan Kardec. Existem também seguidores da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma minoria de judeus, muçulmanos, budistas, neopagãos e seguidores do Candomblé e da Umbanda.[6] Cerca de 7,4% da população (cerca de 12,5 milhões de pessoas) declarou-se sem religião no último censo, podendo ser agnósticos, ateus ou deístas.[1]
Nas últimas décadas, tem havido um grande aumento de igrejas neopentecostais, o que diminuiu o número de membros tanto da Igreja Católica quanto das religiões afro-brasileiras.[7] Cerca de noventa por cento dos brasileiros declararam algum tipo de afiliação religiosa no último censo realizado.[8]
O censo demográfico realizado em 2000, pelo IBGE, apontou a seguinte composição religiosa no Brasil:[1][9]

Cristianismo

Catolicismo

A principal religião do Brasil, desde o século XVI, tem sido o catolicismo romano. Ela foi introduzida por missionários que acompanharam os exploradores e colonizadores portugueses nas terras do país recém-descoberto. O Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais, com 73,8% da população brasileira declarando-se católica, de acordo com o Censo do IBGE de 2000. Porém, sua hegemonia deve ser relativizada devido ao grande sincretismo religioso existente no país
Entre as tradições populares do catolicismo no Brasil estão as peregrinações à Igreja de Nossa Senhora Aparecida. Nossa Senhora Aparecida acabou por tornar-se a Padroeira do Brasil. Outras festas católicas importantes são o Círio de Nazaré, Festa do Divino e a Festa do Divino Pai Eterno, mais conhecida como Romaria de Trindade, em Goiás.
No transcorrer do século XX, foi perceptível uma diminuição no interesse pelas formas tradicionais de religiosidade no país. Um reflexo disso é o aparecimento de grande número de pessoas que se intitulam católicos não-praticantes.
Atualmente, pesquisas mostram que o número de católicos parou de cair no Brasil depois de mais de 130 anos de queda.[10]
A Renovação Carismática Católica (RCC) chegou ao Brasil no começo dos anos 1970, e ganhou força em meados dos anos 1990. O movimento busca dar uma nova abordagem à evangelização e renovar algumas práticas da tradição católica, incentivando uma experiência pessoal com Deus através do Espírito Santo. Assemelha-se em certos aspectos às Igrejas Pentecostais, como no uso dos dons do Espírito Santo, na adoção de posturas que poderiam ser rotuladas como fundamentalistas e numa maior rejeição ao sincretismo religioso por parte de seus integrantes.
Com forte presença leiga, a RCC responde hoje por grande parte dos católicos praticantes do país. Uma das comunidades carismáticas mais conhecidas é a Canção Nova que possui um canal de televisão mantido por doações e é presidida pelo monsenhor Jonas Abib. Outro ícone da RCC no Brasil é o Padre Marcelo Rossi, fenômeno de mídia e cultura de massas que surgiu no final da década de 1990, cantando e fazendo coreografias tanto em programas de televisão quanto em missas, propondo-se a pregar a mensagem de Cristo conforme ensinada pela Igreja Católica.
Apesar de manter grande homogeneidade denominacional, o catolicismo conta com algumas dissidências, dentre as quais a Igreja Católica Apostólica do Brasil
Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em março de 2010, 61% dos brasileiros são católicos e os evangélicos são 25%[11].

[editar] Protestantismo

O Protestantismo é o segundo maior segmento religioso do Brasil, representado principalmente pelas igrejas evangélicas com, aproximadamente, 26,1 milhões de fiéis.[1]
O protestantismo caracteriza-se pela grande diversidade denominacional, livre interpretação da Bíblia, e nenhuma instituição, concílio ou convenção geral que agregue e represente os protestantes como um todo. Cada denominação religiosa protestante tem plena autonomia administrativa e eclesiástica em relação as outras igrejas congêneres, porém todas fazem parte de um mesmo movimento religioso interno ao cristianismo, que começou com a Reforma Protestante de Martinho Lutero em 1517. A maioria das denominações religiosas protestantes mantêm relações fraternais umas com as outras.
As primeiras igrejas chegaram ao Brasil quando, com a chegada da família real portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos a nações amigas por meio do Tratado de Comércio e Navegação, comerciantes ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no país, em 1811. Seguiu-se a implantação de outras igrejas de imigração: alemães trouxeram a Igreja Luterana, em 1824, e também a Igreja Adventista, em 1890, e imigrantes americanos trouxeram as Igrejas Batista e Metodista. Os missionários Robert Kalley e Ashbel Green Simonton trouxeram as Igrejas Congregacional (em 1855) e Presbiteriana (em 1859), respectivamente, estas voltadas ao público brasileiro.
Assembleia de Deus de Gama Oeste (Brasília).
Em 1910, o Brasil receberia o pentecostalismo, com a chegada da Congregação Cristã no Brasil (1910) e da Assembleia de Deus (1911). A partir de 1950, o pentecostalismo transformou-se com a influência de movimentos de cura divina que geraram diferentes denominações, tais como a Igreja "O Brasil Para Cristo" e a Igreja do Evangelho Quadrangular. Nessa época, algumas denominações protestantes que eram tradicionais adicionaram o fervor pentecostal, como exemplo, a Convenção Batista Nacional e as igrejas Presbiteriana Renovada e Igreja Cristã Maranata, ambas surgidas a partir da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Na década de 1970, surgiu o movimento neopentecostal, com igrejas mais secularizadas, padrões morais menos rígidos, e ênfase na teologia da prosperidade, como a Igreja Universal do Reino de Deus. A partir dos anos 1980, surgiram igrejas neopentecostais com foco nas classes média e alta, trazendo um discurso ainda mais liberal quanto aos costumes e menos ênfase nas manifestações pentecostais. Dentre essas igrejas se destacam a Igreja Renascer em Cristo e a Igreja Evangélica Cristo Vive.
Nas últimas décadas, o protestantismo principalmente as Igrejas Pentecostais vem ganhando muitos adeptos, sendo o segmento religioso com maior índice de crescimento. A maioria das igrejas protestantes estão presentes: no Rio Grande do Sul( descendentes de alemães, que trouxeram a Igreja Luterana, maior grupo religioso da Alemanha até os dias de hoje), nas grandes capitais do sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte(onde as igrejas Batistas têm grande espaço), Goiânia e Brasília( onde a igreja Sara Nossa Terra têm grande percentual da população). Os protestantes estão em número bastante significativo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e em toda a região centro-oeste.[12]
Restauracionistas-Protestantismo incluem Igreja Universal do Reino de Deus (incluindo seus setores) e Membros da Igreja de Deus Internacional. O Membros da Igreja de Deus Internacional, conhecido por a "O Caminho Antigo" espetáculo de televisão, tem um número crescente de membros no Norte do Brasil. [13]

[editar] Adventismo

No Brasil são 1.200.000 membros da IASD em 2000 sob a coordenação de seis Uniões que administram as Associações e Missões. As instituições da IASD do Brasil e de sete países latino-americanos formam a Divisão Sul Americana, com sede em Brasília, Distrito Federal.
Primeira Igreja Adventista do Brasil em Gaspar Alto-SC
O adventismo chegou no Brasil em 1884 através de publicações que chegaram pelo porto de Itajaí com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina. Em maio de 1893 chegou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que introduziu formalmente através da Colportagem os primeiros contatos com a população. Em abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr o primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal, a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no Rio de Janeiro e em Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, todas no mesmo ano.
Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa Publicadora Brasileira[14] localizada em Tatuí-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de cinco mil alunos que tem no Centro Universitário Adventista de São Paulo, sua matriz educacional. O UNASP[15] como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, no Capão Redondo, SP e hoje conta com três campi: na cidade de São Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolândia.

[editar] Mormonismo

Chegou no Brasil em 1923, por meio de imigrantes alemães, porém o trabalho de proselitismo só se iniciou em 1927, com a chegada de uma dupla de missionários. Esses missionários não falavam o português muito bem, então as reuniões no início eram dirigidas em alemão. A Missão São Paulo Brasil (uma espécie de departamento regional de proselitismo) Foi a primeira criada no país, atualmente são 28. Hoje, existem mais de 1800 capelas mórmons em todas as Unidades da Federação Brasileira.[carece de fontes?]
Os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecidos como mórmons, tem aqui no Brasil o 2° maior país com população mórmon do mundo,[16] mais de 1 milhão de membros atualmente, superado apenas pelos Estados Unidos. Em 2000, o censo do IBGE mostrou haver no Brasil somente 200 mil pessoas que se dizem membros desta denominação. Entre 2000 e 2006 a Igreja Mórmon cresceu cerca de 460% no Brasil.[carece de fontes?]
A Igreja Mórmon no Brasil é presidida pelos Élderes (título que significa "senhor","Irmao mais velho", "ancião") Ulisses Soares (Presidente), Stanley G. Ellis (Primeiro Conselheiro) e Carlos A. Godoy (Segundo Conselheiro). Até abril de 2007, os mórmons eram divididos em duas áreas geográficas distintas, a Área Brasil Norte (sediada em Recife), e a Área Brasil Sul (sediada em São Paulo).
Só no Brasil os mórmons tem cinco templos construídos, dedicados e em funcionamento (em São Paulo, Recife, Porto Alegre, Campinas e Curitiba), um em construção (em Manaus) e um a construir em Fortaleza. Pela crença mórmon, nesses templo são realizadas ordenanças como batismo vicário e selamento de famílias, além de ser um lugar de aprendizado e espiritualidade.
Hoje a Igreja vem crescendo muito em Curitiba e Porto Alegre, se espalhando pelo país. Muitos missonarios estrangeiros estão vindo para o Brasil a cada mes, pregando o evangelho por toda parte do país, e estão obtendo sucesso.
É brasileiro o primeiro mórmon negro a receber um chamado de Autoridade Geral (autoridade a nível mundial), seu nome é Helvécio Martins. Hoje há cinco brasileiros servindo como Autoridades Gerais: Cláudio R. M. Costa, Marcos A. Aidukaitis, Carlos A. Godoi e Ulisses Soares e Jairo Mazzagardi. Durante todos os anos desde a chegada da Igreja Mórmon ao Brasil, somente um mórmon foi eleito ao Congresso Nacional, Moroni Torgan, do estado do Ceará.

[editar] Testemunhas de Jeová

No Brasil, as Testemunhas de Jeová vem crescendo consideravelmente. Estima-se que mais de 700.000 membros servem ativamente como publicadores e missionários neste país.
Foi em 1899 que Sarah Bellona Ferguson,[17] de São Paulo, recebeu pela primeira vez dos Estados Unidos, por correio, algumas publicações da Sociedade Torre de Vigia. Ao passo que aprendia o que as Testemunhas chamam de "as preciosas verdades bíblicas", fazia o possível para transmiti-las a outros. Quando surgiu a oportunidade para isso, ela foi batizada, depois de uns 25 anos.
No ínterim, oito jovens marinheiros brasileiros,[17] de licença do seu navio na cidade de Nova York, ficaram interessados nas reuniões dos Estudantes da Bíblia (como se chamavam então as Testemunhas de Jeová). Obtiveram ali uma Bíblia em português. Foram também ajudados a entendê-la. Quando voltaram ao Brasil, em março de 1920, depois de se terem associado por alguns meses com os Estudantes da Bíblia em Nova York, eles continuaram a se reunir e a falar a outros sobre o que haviam aprendido. No começo, usavam as publicações da Torre de Vigia em espanhol como ajudas para o estudo, porque não havia nada disponível em português. Poucos anos depois, George Young foi o primeiro missionário enviado ao Brasil, e foi providenciado que se traduzissem e imprimissem publicações em português. Em 1923, foi aberta no Rio de Janeiro uma congênere da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos EUA), a fim de promover a educação bíblica neste vasto país.
Mas as Testemunhas de Jeová tornaram-se grandes no Brasil, estando presentes em todos os estados do país, em mais de 10.000 congregações, segundo o Anuário das Testemunhas de Jeová. A Sede das Testemunhas de Jeová aqui no Brasil localiza-se em Cesário Lange, no interior de São Paulo.
As reuniões das Testemunhas de Jeová já ultrapassam uma média de um milhão pessoas presentes ao ano, sendo que 1,646,123[18] pessoas estiveram presentes em sua principal reunião anual de 2008, a Comemoração da Morte de Cristo. Os Estados com maior número de Testemunhas de Jeová são: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul
Se ressalta o trabalho voluntário realizado com os surdos e cegos. Por exemplo, em todo o Brasil, voluntários Testemunhas de Jeová ajudam milhares de surdos, desde a alfabetização na sua primeira língua, como a LIBRAS, passando pelo idioma escrito, quando se aplica. Traduzem e distribuem Bíblias e outros livros para DVDs em vídeos[19] para distribuição gratuita aos surdos. Tem-se dado atenção especial a estes, oferecendo seu trabalho voluntário como intérpretes em língua de sinais, acompanhando os surdos em escolas, médicos, advogados, entrevista de emprego, etc. Elas têm oferecido também aos familiares e até mesmo colegas de trabalho dos surdos a oportunidade de conhecerem a língua de sinais, e para isso usam DVDs visuais ou outra publicação produzida pelas próprias Testemunhas com o objetivo de facilitar o aprendizado e a inclusão social e espiritual dos surdos à suas famílias e às suas comunidades.

[editar] Cristianismo Ortodoxo

A Igreja Ortodoxa também se faz presente no Brasil.
A Catedral Metropolitana Ortodoxa, localizada em São Paulo, na rua Vergueiro, além de ser a da Arquidiocese da Igreja Católica Ortodoxa Antioquina de São Paulo é, também, de todo o Brasil. É um exemplo de construção arquitetônica bizantina que pode ser apreciado na América do Sul. Seu projeto, cuja edificação teve início da década de 1940, foi inspirado na Basílica de Santa Sofia em Constantinopla (atual Istambul) e foi inaugurada em janeiro de 1954. Contudo, ainda tem pequena representação no país, apesar de já ter alguma visibilidade.

[editar] Espiritismo

O espiritismo é uma das religiões que mais tem crescido no Brasil. Em 2000, o Brasil concentrava 2,3 milhões de espíritas. Em 2005, estimava-se a existência de 10 milhões de espíritas no mundo inteiro (Encyclopaedia Britannica). Desse total, aproximadamente 3 milhões vivem no Brasil, fazendo dessa a maior nação espírita do planeta. Estima-se, porém, que o número de simpatizantes do espiritismo no Brasil gire em torno de 20 milhões.[carece de fontes?]
Como doutrina filosófica, o espiritismo foi sistematizado pelo pedagogo francês Allan Kardec n'O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857. No Brasil, contudo, houve uma forte ressignificação das idéias espíritas, que foram carregadas de um viés muito mais religioso do que o existente na Europa. Foi dentro dessa perspectiva que o espiritismo foi amplamente divulgado no Brasil, ainda na segunda metade do século XIX, atraindo principalmente a classe média. Em setembro de 1865, em Salvador, Bahia, foi criado o "Grupo Familiar do Espiritismo", o primeiro centro espírita brasileiro. Em 1873, fundou-se a "Sociedade de Estudos Espíritas", com o lema "Sem caridade não há salvação; sem caridade não há verdadeiro espírita". Esse grupo dedicou-se a traduzir para o português as obras de Kardec, como "O Livro dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese".
Foi nesse contexto que Adolfo Bezerra de Menezes aderiu à doutrina espírita, tornando-se um dos maiores expoentes do espiritismo do país. Bezerra de Menezes foi presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) por duas gestões. A FEB foi fundada em janeiro de 1884, pelo Sr. Elias da Silva, com a finalidade de unificar o pensamento espírita no Brasil.
No dia 2 de abril de 1910, nasceu Francisco Cândido Xavier, conhecido simplesmente como Chico Xavier. Aos 5 anos de idade, Chico afirmou conversar com o espírito de sua mãe. Humanitário, o médium foi indicado duas vezes ao prêmio Nobel da Paz[carece de fontes?]. Responsável direto pelo grande número de adeptos que a religião conseguiu no Brasil, Chico Xavier é reconhecido mundialmente pela comunidade espírita[carece de fontes?]. Os mais de 400 livros psicografados por ele foram traduzidos em inúmeras línguas, entre elas o esperanto[carece de fontes?]. Chico Xavier morreu em 30 de junho de 2002.

[editar] Não-religiosos

Ver artigos principais: Sem religião, Ateísmo e Agnosticismo.
De acordo com o último Censo realizado pelo IBGE, por volta de 13 milhões de brasileiros (7,4% da população total) consideram-se ateus, agnósticos ou declaram acreditar em um Deus sem estarem filiados a alguma religião específica. Cabe salientar que o IBGE, órgão oficial de pesquisas, não pergunta quem de fato é ateu, quem é agnóstico, e quem apenas não segue alguma religião preestabelecida, embora conserve a sua fé em algo transcendental, denominando todos estes grupos pelo termo "sem religião".
Entretanto, uma pesquisa com dados do período entre 2000 e 2003 mostra que o número de pessoas sem-religião caiu de pouco mais de 7% em 2000 para aproximadamente 5% em 2003 no Brasil.[10]
Atualmente, apenas os ditos católicos e evangélicos superam em número os não-religiosos. Em comparação, estima-se que a média mundial de não-religiosos é de 23,5% da população total.[20]

[editar] Religiões afro-brasileiras

Mãe Stella de Oxóssi Iyálorixá do Candomblé, Salvador, Bahia.
Com a vinda dos escravos para o Brasil, seus costumes deram origem a diversas religiões, tais como o candomblé, que tem milhões de seguidores, principalmente entre a população negra, descendente de africanos. Estão concentradas em maior número nos grandes centros urbanos do Norte, como Pará, no Nordeste, Salvador, Recife, Maranhão, Piauí e Alagoas, no sudeste, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, e no Rio Grande do Sul. Diferente do candomblé, que é a religião sobrevivente da África ocidental, há também a Umbanda, que representa o sincretismo religioso entre o catolicismo, espiritismo e os orixás africanos.
As chamadas Religiões Afro-Brasileiras: o candomblé que é dividido em várias nações, o batuque, o Xangô do Recife e o Xambá foram trazidas originalmente pelos escravos. Estes escravos cultuavam seu Deus, e as divindades chamadas Orixás, Voduns ou inkices com cantos e danças trazidos da África.
Estas religiões foram perseguidas, e acredita-se terem o poder para o bem e o mal. Hoje são consideradas como religiões legais no país, mas mesmo assim, muitos de seus seguidores preferem dizer que são "católicos" para evitar algum tipo de discriminação, principalmente na área profissional. Porém, aos poucos, vão sendo mais bem compreendidos.
Nas práticas atuais, os seguidores da umbanda deixam oferendas de alimentos, velas e flores em lugares públicos para os espíritos. Os terreiros de candomblé são discretos da vista geral, exceto em festas famosas, tais como a Festa de Iemanjá em todo o litoral brasileiro e Festa do Bonfim na Bahia. Estas religiões estão em todo o país.
O Brasil é bastante conhecido pelos ritmos alegres de sua música, como o Samba e a conhecida como MPB (música popular brasileira). Isto pode relacionar-se ao fato de que os antigos proprietários de escravos no Brasil permitiam que seus escravos continuassem sua tradição de tocar tambores (ao contrário dos proprietários de escravos dos Estados Unidos que temiam o uso dos tambores para comunicações).

[editar] Umbanda

A Umbanda é considerado por muitos uma religião nascida no Brasil em 15 de novembro de 1908 no Rio de Janeiro. Embora existam relatos de outras datas e locais de manifestação desta religião antes e durante este período[21][22] seus adeptos aceitam esta data como o início histórico da mesma.

[editar] Neopaganismo

Começam a se difundir entre os brasileiros, atualmente, as religiões neo-pagãs, como a Wicca e o Neo-druidismo. Com a Wicca acontece um fator mais expressivo e especial. No Censo 2000, os wiccanos foram incluídos no grupo de "outras religisidades" e "não determinadas", que representavam 0,009% e 0,211% da população, respectivamente.[1] De qualquer forma, desde a década de 1990 a Wicca, ou a Bruxaria em geral, têm crescido muito no país, especialmente em Brasília e São Paulo.[23]

[editar] Xamanismo

Do estado da Bahia para o norte há também práticas diferentes tais como Pajelança, Catimbó, Jurema, Tambor-de-Mina e Terecô com fortes elementos indígenas.
Em 2004, a Comissão Nacional Anti-Drogas (CONAD), atual órgão do Ministério da Justiça brasileiro, após dezoito anos de espera da comunidade daimista, reconhece a legitimidade do uso religioso da ayahuasca e a legalidade de sua prática, ver: Santo Daime.

[editar] Islamismo

Existem inúmeras mesquitas espalhadas por todo o Brasil, onde é possível encontrar muçulmanos, geralmente às sextas-feiras, congragados em torno da oração.

[editar] Judaísmo

Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga sinagoga das Américas, localizada em Recife, Pernambuco.
Apesar de ser uma religião minoritária no contexto brasileiro, o Judaísmo tem no Brasil uma das mais numerosas comunidades judaicas do mundo, ocupando o nono lugar. A imigração judaica para o Brasil começou logo após à época do descobrimento.
Os judeus portugueses e espanhóis, fugindo das perseguições, migraram para o país em busca de liberdade religiosa. A primeira sinagoga das Américas, Sinagoga Kahal Zur Israel foi construída em Recife, em 1637.
O Judaísmo é uma crença monoteísta que se apóia em três pilares: na Torá, nas Boas Ações e na Adoração.

[editar] Conclusão

Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em reunião com adeptos de diferentes religiões durante inauguração da exposição "Diversidade Religiosa no Brasil".
As religiões afro-brasileiras, adicionadas às religiões orientais como o Budismo e o Xintoísmo, ao Judaísmo, à Fé Bahá'í e outras, representam uma percentagem pequena da população total do Brasil - menos de 5%. O restante da população auto denomina-se católica, evangélica ou não professa nenhuma religião preestabelecida (7,4% da população, de acordo com o Censo IBGE). Entretanto, é perceptível o crescimento de formas de religiosidade não-cristãs no Brasil, que ainda estão sub representadas em razão do forte sincretismo religioso existente no país.
Outro fato importante é que o percentual de católicos parou de cair depois de 130 anos, conforme pesquisa mostrada pela Fundação Getúlio Vargas em 2007, bem como a queda do número de pessoas ditas sem religião.[10]
Os líderes das mais variadas religiões participaram da cerimônia de criação do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, realizada em Brasília no dia 21 de janeiro de 2008

Protestantismo

Protestantismo é a denominação dada a um dos grandes ramos do Cristianismo. O Protestantismo refere-se ao conjunto de igrejas cristãs e doutrinas que se identificam com as teologias desenvolvidas no século XVI na Europa Ocidental, na tentativa de reforma da Igreja Católica Apostólica Romana, por parte de um importante grupo de teólogos e clérigos, entre os que se destacam o ex-monge agostiniano Martinho Lutero, de quem as igrejas luteranas tomam seu nome. Porém, a maior parte dos cristãos europeus (especialmente na Europa meridional) se opuseram as tentativas de reforma, o que produziu um cisma no Cristianismo ocidental resultante da separação entre as emergentes igrejas reformadas e a Igreja Católica. Uma das consequências imediatas da Reforma foi a chamada Contra-Reforma, que reafirmou explicitamente todas aquelas doutrinas rechaçadas pelo protestantismo (Concílio de Trento).

Etimologia

O termo protestante é derivado (via francês ou alemão Protestant[1]) do latim protestari.[2][3] Significa declaração pública/protesto que refere-se à carta de protesto por príncipes luteranos contra a decisão da Dieta de Speyer de 1529, que reafirmou o Édito de Worms de 1521, banindo as 95 teses de Martinho Lutero do protesto contra algumas crenças e práticas da Igreja Católica do século XVI.
O termo protestante não foi inicialmente aplicado aos reformadores, mas foi usado posteriormente para descrever todos os grupos que protestavam contra a Igreja Católica.
Desde aquele tempo, o termo Protestante tem sido usado com diversos sentidos, muitas vezes como um termo geral para significar apenas os cristãos que não pertencem à Igreja Católica, Ortodoxa ou Ortodoxa Oriental (inclusive àqueles cristãos que não pertencem à Igreja Anglicana, pois esta mesma não se auto-define como católica ou protestante).

História

Os "Reformadores" foram pessoas de vasta cultura teológica e humanista: Calvino estudou em Sorbonne e seu pai era bispo; Lutero foi monge e professor universitário da Bíblia; Zuínglio era sacerdote e humanista. De acordo com o programa dos humanistas, eles buscaram nas fontes da antiguidade cristã as bases para uma renovação religiosa. Lendo as Sagradas Escrituras e retornando aos Pais da Igreja, descobriram uma nova visão da fé e uma doutrina bíblica cristocêntrica.
Na Suíça de fala alemã, Ulrico Zuínglio, Johannes Oekolampad e outros começaram também uma tentativa de Reforma da Igreja Católica, de caráter mais urbano e enriquecida pelo humanismo de Erasmo de Roterdão. A Igreja da Inglaterra não se deixou influenciar, num primeiro momento, pelo protestantismo, mas depois de sua quebra com a Igreja de Roma, começou uma aproximação com os ideais Reformados. Atualmente a maior parte das Igrejas da Comunhão Anglicana declaram-se Reformadas.
O protestantismo apresenta elementos em comum apesar de sua grande diversidade. A Bíblia é considerada a única fonte de autoridade doutrinal e deve ser interpretada de acordo com regras históricas e linguísticas, observando-se seu significado dentro de um contexto histórico. A salvação é entendida como um dom gratuito (presente, graça) de Deus alcançado mediante a . As boas obras não salvam, sendo resultados da fé e não causa de salvação. O culto sempre é no idioma vernáculo e em sua grande maioria é simples tendo como base as Escrituras Sagradas. O protestantismo histórico, conserva as crenças cristãs ortodoxas tais como a doutrina trinitária, a cristologia clássica, o credo niceno-constantinopolitano, entre outros. Os protestantes expressam suas posições doutrinais por meio de Confissões de Fé e breves documentos apologéticos. A Confissão de Augsburgo expressa a doutrina Luterana. As confissões reformadas incluem a Confissão Escocesa (1560), a segunda Confissão Helvética (1531), a Confissão de Fé de Westminster (1647), os 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra (1562), etc. As Declarações de Barmen contra o regime Nazista e a Breve Declaração de Fé da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos são exemplos de declarações de fé recentes.
O ensino religioso, tem como base o estudo de catecismos. No Luteranismo faz-se uso dos Catecismo Maior e Menor de Lutero. O catecismo de Heildelberg e o Catecismo Maior e Menor de Westminster são utilizados pelas Igrejas Reformadas. O protestantismo rejeita parte das doutrinas que caracterizam o catolicismo tais como: o purgatório, a supremacia papal, as orações pelos mortos, a intercessão dos santos, a assunção de Maria e sua virgindade perpétua, a veneração dos santos, a transubstanciação, o sacrifício da missa, o culto às imagens, etc.
O protestantismo, em maior parte, segue a doutrina Agostiniana da eleição. Estabelece que a salvação é pela graça (favor imerecido) de Deus. Para os protestantes a autoridade da Igreja está vinculada a obediência da palavra de Deus e não à sucessão apostólica. Assim sendo, a Igreja cristã existe onde se escuta e obedece a palavra de Deus.
O protestantismo deseja regressar às doutrinas apostólicas e à simplicidade da fé e prática da Igreja primitiva. Portanto deve-se ao protestantismo a iniciativa as primeiras práticas ecumênicas adotadas a partir da segunda metade do século XIX. Vale lembrar que até hoje a Igreja Católica não faz parte do Conselho Mundial de Igrejas, e somente abriu-se ao dialogo ecumênico em 1965, após o Concílio Vaticano II.
O protestantismo se disseminou principalmente nos meios urbanos e através da nobreza. A difusão das ideias protestantes foi facilitada pela invenção da imprensa, que tornou possível a divulgação e a tradução da Bíblia nas línguas vernáculas. Desde então, as doutrinas cristãs passaram a necessitar do aval bíblico.
No Concílio de Trento, os bispos católicos partidários de Roma optaram por limitar o aceso laico as escrituras, proibindo a tradução da Bíblia para o vernáculo e impondo a Vulgata em latim como a única Bíblia autorizada e aumentando o índice de livros proibidos aos fiéis (Index Librorum Prohibitorum).
A "Reforma" Protestante alcançou êxito em muitas áreas da Europa. Em sua forma Luterana é predominante no norte da Alemanha e em toda a Península Escandinava. Na Escócia surgiu a Igreja Presbiteriana. As Igrejas Reformadas também frutificaram nos Países Baixos, na Suíça e no oriente da Hungria. Com o desenvolvimento dos impérios europeus , principalmente o Império Britânico, nos séculos XIX e XX o protestantismo continuou a se expandir, se tornando uma fé de escala mundial. Atualmente mais de 600 milhões de pessoas professam alguma das diferentes manifestações do protestantismo no mundo.[carece de fontes?]
O protestantismo assumiu três formas básicas: a luterana, a reformada (calvinista) e a anglicana. O protestantismo não possui organização centralizadora, porém suas igrejas estão organizadas em igrejas nacionais e em concílios internacionais tais como a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas e a Federação Luterana Mundial.
O trabalho missionário do século XIX levou a cooperação interdenominacional e consequentemente ao movimento ecumênico do qual surgiu o Conselho Mundial de Igrejas. [carece de fontes?] Fora desse protestantismo, que muitos estudiosos denominam "protestantismo magisterial", surgiu outro ramo que se distinguiu tanto do catolicismo como das igrejas protestantes de caráter histórico-nacional. Este ramo recebe o nome de Reforma Radical. O historiador George Williams distingue as seguintes correntes dentro desta reforma: espiritualistas, racionalistas e anabatistas. Os anabatistas rechaçaram a união da igreja e estado e repudiaram o batismo infantil, constituindo-se em igrejas independentes ou segregadas. A maior aportação à modernidade descansaria em sua persistente promoção da separação entre a igreja e o estado, a liberdade religiosa pessoal e o exercício de um governo plenamente democrático em suas congregações.

[editar] Pilares da Reforma Protestante

Afirma que somente a Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de e prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: "Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém." O protestantismo também defende a interpretação privada ou juízo privado dos textos bíblicos,[4] conceito exposto por Lutero em outubro de 1520, quando enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa "Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus". Disse Lutero também em outra ocasião que é "sempre melhor ver com um de nossos próprios olhos do que com os olhos de outras pessoas" ("always better to see with one's own eyes than with those of other people").[5] O historiador William Sweet sugeriu que isso posteriormente originou o direito fundamental de liberdade religiosa, bem como a própria ideia de democracia.[6]
  • Sola gratia (Somente a Graça ou Salvação Somente pela Graça)
Afirma que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual.
  • Sola fide (Somente a Fé ou Salvação Somente pela Fé)
Afirma que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.
Afirma que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficientes para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.
Afirma que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória.

[editar] Catolicismo e protestantismo

As diferenças entre a doutrina católica e a doutrina da maioria dos grupos protestantes é grande. Genericamente, as suas divergências mais significativas dizem respeito ao papel da oração e das indulgências;[7] à comunhão dos santos; à doutrina do pecado original e da graça; à predestinação; à necessidade e natureza da penitência; e ao modo de obter a salvação, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica de que a fé deve ser expressa também através das boas obras (essa grande divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação).[7][8]
Há também diferenças importantes na doutrina da Eucaristia e dos outros sacramentos (os protestantes só professam o Batismo e a Eucaristia, que são apenas para eles meros sinais que estimulam a fé [8]); na existência do Purgatório; no culto de veneração à Virgem Maria e aos santos; na forma de interpretação (com os protestantes a defenderem a interpretação pessoal [9] ou livre-exame das Sagradas Escrituras) e na composição do Cânone das Escrituras; no papel da Tradição oral; na própria natureza, autoridade, administração, hierarquia e função da Igreja (incluindo o papel da Igreja na salvação); no sacerdócio; e também na autoridade e missão do Papa.[7][8]
Contudo, visto que entre as denominações protestantes há diferenças consideráveis,[9] de alguns setores do Anglicanismo, aproximam-se do catolicismo, autointitulando-se como anglo-católicos. Recentemente, o diálogo ecuménico moderno levou finalmente a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação (1999).[10] Além disso, esse diálogo trouxe também vários consensos sobre outras questões doutrinárias importantes, nomeadamente entre os católicos e os anglicanos.[11]

[editar] Movimentos e ramos

[editar] Protestantismo no Brasil

O protestantismo chegou ao Brasil pela primeira vez com viajantes e nas tentativas de colonização do Brasil por huguenotes (nome dado aos reformados franceses) e reformados holandeses e flamengos durante o período colonial. Esta tentativa não deixou frutos persistentes. Uma missão francesa enviada por João Calvino se estabeleceu, em 1557, numa das ilhas da Baía de Guanabara, fundando a França Antártica. No mesmo ano, esses calvinistas franceses realizaram o primeiro culto protestante no Brasil e, de acordo com alguns, da própria América. Mas, pela predominância católica, foram obrigados a defender sua fé ante as autoridades, elaborando a Confissão de Fé de Guanabara, assinando, com isso, sua sentença de morte, pondo um fim no movimento.
Com a vinda da família real portuguesa ao Brasil e abertura dos portos a nações amigas, através do Tratado de Comércio e Navegação comerciantes ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no país, em 1810. Seguiram a implantação de igrejas de imigração: alemães trouxeram o luteranismo em 1824.
Em 1855, Robert Reid Kalley, missionário autônomo escocês, fundou igrejas Congregacionais constituindo primeiro trabalho Protestante permanente em terras brasileiras. Mais tarde, em 1859, a igreja Presbiteriana foi fundada por Ashbel Green Simonton no Rio de Janeiro. Apesar de uma inicial desavença entre Kalley e Simonton, logo os dois passaram a cooperar. Quando Kalley precisou partir do Brasil, providenciou a formação de pastores brasileiros em um Seminário da Inglaterra (a Escola de Pastores do Rev. Charles Spurgeon) e, providenciou também que outro missionário independente, o batista Salomão Ginsburg, fosse enviado para cá.
Em 1871, o primeiro grupo batista se estabeleceu em Santa Bárbara d'Oeste, no Estado de São Paulo, trazida por missionários americanos. Em 1907 fundava-se a Convenção Batista Brasileira.
Em 1910, o Brasil receberia o pentecostalismo, com a chegada da Congregação Cristã no Brasil e da Assembléia de Deus. Esta, em particular, foi trazida ao Brasil por dois missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, e estabeleceu-se inicialmente no norte, no Pará. Em 1922, chega ao país o Exército de Salvação, igreja reformada de origem inglesa, pelas mãos de David Miche e esposa, um casal de missionários suíços.
Em 1932, alguns ministros brasileiros da Assembléia de Deus devolveram voluntariamente suas credenciais de obreiros e organizaram Igreja de Cristo no Brasil em Mossoró.
Nos anos 1950 surge uma nova onda do pentecostalismo, com a influência de movimentos de cura divina e expulsão de demônios que geraram diferentes denominações, tais como: Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo fundada pelo já falecido missionário Manoel de Mello. Em 1962 surge a Igreja Pentecostal Deus é Amor, fundada pelo missionário David Miranda.
Também nesta época várias igrejas protestantes que eram tradicionais adicionaram o fervor pentecostal, como exemplos, a Igreja Presbiteriana Renovada, a Igreja Cristã Maranata, a Convenção Batista Nacional e a Igreja do Evangelho Quadrangular, que chegou ao Brasil trazida pelos missionários Harold Edwin Williams e Jesus Hermírio Vaquez, que se instalaram inicialmente na cidade mineira de Poços de Caldas. A Igreja Cristã Maranata foi fundada em Outubro de 1968 no morro do Jaburuna em Vila Velha, Espírito Santo por quatro antigos membros da Igreja Presbiteriana do Centro de Vila Velha.
A década de 1970 viu nascer o movimento neopentecostal, com igrejas que enfatizam a prosperidade, como a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo, em 1977; a Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada por Romildo Ribeiro Soares, entre muitas outras. É também nessa década que mesmo a Igreja Católica no Brasil começa a sofrer influência dos movimentos pentecostais através da Renovação Carismática Católica, um movimento originário dos EUA.
Recentemente cresceram as chamadas igrejas neopentecostais com foco nas classes média e alta, com um discurso mais liberado quanto aos costumes e menos ênfase nas manifestações pentecostais. Entre elas as igrejas podemos citar a Igreja Apostólica Renascer em Cristo, fundada por Estevam e Sonia Hernandez, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, fundada por Robson Rodovalho e a Igreja Evangélica Cristo Vive, fundada por Miguel Ângelo. Seus fiéis costumam se identificar como "evangélicos"[12], em referência aos reformados do século XVI.
Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em março de 2010, 25% dos brasileiros são evangélicos, sendo 19% seguidores de denominações pentecostais[13].

[editar] Protestantismo na América Latina

Os principais grupos protestantes começaram a se estabelecer na América do Sul no século XIX. Os presbiterianos se instalaram “na Argentina em 1836, no Brasil em 1859, no México em 1872, e na Guatemala em 1882. Os metodistas seguem um itinerário parecido: México 1871, Brasil 1886, Antilhas 1890, Costa Rica, Panamá e Bolívia nos últimos anos do século”; porém no Equador, Colômbia e Peru se estabeleceram os batistas e os pentecostais, assim como uma parte dos metodistas.
Atualmente as comunidades protestantes vêm ganhando terreno do catolicismo na América Latina e ampliando sua penetração em diversos países, em especial na América Central.

Protestantismo no mundo

Ver página anexa: Anexo:Protestantes por país
Os 60 países com a maior porcentagem de prostestantes.
Há quase 970 milhões de Protestantes no mundo,[24] entre cerca de 2,6 bilhões de cristãos.[25][26] Isto inclui 170 milhões na América do Norte, 160 milhões na África, 120 milhões na Europa, 70 milhões na América Latina, 60 milhões na Ásia, e 10 milhões na Oceania.
O país com maior número de protestantes é os Estados Unidos, de onde apesar da diminuição do "WASP", tradicionalmente contra a outros grupos (especialmente os hispânicos, de maioria católica), a maior parte dos estadunidenses pertenece a alguma confissão protestante. Em segundo lugar se encontra o Reino Unido, de clara maioria protestante, divididos entre anglicanos (maioria na Inglaterra) e a Igreja da Escócia, de confissão presbiteriana (maioria na Escócia).